Guia do Investidor
reuniao lula reitores2 mcamgo abr 10062024 3 12.jpg
Notícias

Governo Lula propõe aumento dos tributos empresariais

Nos siga no Google News

Continua após o anúncio

  • O Governo apresentou ao Congresso um “gatilho” para aumentar a contribuição a CSLL
  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez a proposta durante uma reunião com o presidente Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner
  • A proposta de Haddad, contudo, envolvendo a CSLL enfrenta vários desafios, além do aumento do tributo em si

O governo apresentou ao Congresso um mecanismo de “gatilho” para aumentar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Este, somente se a arrecadação das medidas do Senado para compensar a desoneração da folha de pagamento for insuficiente.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez a proposta durante uma reunião com o presidente Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner. Esta, na última quarta-feira, 10.

Pacheco argumentou que as quatro propostas do Congresso seriam suficientes para cobrir a renúncia fiscal da desoneração. Em resposta, Haddad sugeriu que a Receita Federal calcule, após dois meses, a arrecadação gerada pelas medidas. Se o montante não for suficiente para compensar a desoneração, o governo implementará o aumento na CSLL, imposto sobre o lucro das empresas.

Leia mais  Vai ficar mais caro! Governo anuncia fim da isenção de imposto sobre encomendas internacionais

Desoneração da folha

A desoneração da folha de pagamentos foi criada em 2011, contudo, para setores intensivos em mão de obra. Estes, beneficiando milhares de empresas que empregam 9 milhões de pessoas. Essa medida, no entanto, substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, reduzindo a carga tributária das empresas.

Recentemente, o Congresso prorrogou a desoneração até 2027 com votações expressivas. No entanto, o STF suspendeu essa decisão liminarmente após ação do governo federal, alegando, portanto, que o Congresso não havia previsto uma fonte de receita para financiar o programa e nem estimado o impacto nas contas públicas. Em resposta, o Legislativo afirmou, dessa forma, que aprovou medidas para aumentar as receitas da União. E que a estimativa de impacto estava incluída na proposta. Diante disso, o ministro da Fazenda anunciou, contudo, um acordo para manter a desoneração em 2024 e negociar uma cobrança gradual a partir do próximo ano.

A proposta e o tributo

A proposta de Haddad, contudo, envolvendo a CSLL enfrenta vários desafios, além do aumento do tributo em si. Um dos problemas é que, considerando os dois meses para calcular a arrecadação e os 90 dias para a nova alíquota entrar em vigor, o ano de 2024 já teria terminado. Ou estaria próximo do fim.

Leia mais  SABESP assina contrato de 30 Anos para prestação de serviços de Saneamento em Olímpia

Como alternativa, os participantes das discussões no Palácio do Planalto sugeriram buscar um entendimento com o STF. Dessa forma, para tratar a compensação da desoneração entre 2024 e 2027, como uma única medida. Dessa forma, a neutralização da renúncia fiscal de 2024 poderia ocorrer ao longo dos próximos três anos. E, não necessariamente apenas em 2024. Estima-se que o valor total da renúncia para o período seja de R$ 50 bilhões.

Essa proposta enfrenta resistência dentro do Ministério da Fazenda. Que acredita que ela poderia comprometer o resultado primário, já que não haveria uma compensação imediata para o déficit de aproximadamente R$ 17 bilhões a R$ 18 bilhões decorrente da desoneração em 2024.

Embora o desenho final dessa proposta ainda não esteja definido, fontes envolvidas indicam que ela provavelmente permitirá ao governo aumentar a alíquota da CSLL caso a meta de arrecadação não seja atingida após o período necessário para a Receita Federal calcular a receita obtida. O Palácio do Planalto ainda avalia como autorizar essa operação, seja por medida provisória, no texto do projeto ou por decreto.

A sugestão de Haddad de realizar essa aferição foi uma resposta ao argumento do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. AInda, que suas propostas seriam suficientes para compensar a desoneração. A lógica é que, se Pacheco tem tanta certeza de que as medidas como repatriação de recursos, taxação de importações abaixo de US$ 50, refinanciamento de multas de agências reguladoras e atualização de ativos no Imposto de Renda fornecerão a receita necessária para cobrir a desoneração, não haveria motivo para se preocupar com o “gatilho” incluído no projeto de lei para permitir o aumento da CSLL. Se os cálculos de Pacheco estiverem corretos, o “gatilho” não seria acionado e o tributo não aumentaria.

Leia mais  Lula pode afastar investidores de infraestrutura, com insegurança jurídica de seu governo

Nos siga no Google News

DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.

Leia mais

TRPL4 e TRPL3 mudam de ticker para ISAE4 e ISAE3

Fernando Américo

Decisões do Governo Lula custarão R$ 3 trilhões em 10 anos: entenda

Paola Rocha Schwartz

Reforma tributária vai impactar a rotina de empresas de todo o Brasil

Fernando Américo

Dotz registra primeiro lucro líquido desde o IPO

Fernando Américo

Resumo do dia: Crescimento das indústrias automotivas, Hora de comprar ações das Americanas, Restrição de publicidade das Bets e Frieza no encontro de presidentes

Paola Rocha Schwartz

Deputados da oposição cobram retratação pública e moção de repúdio a Janja por ofensas a Musk

Paola Rocha Schwartz

Deixe seu comentário