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Ações Petrobras: vale a pena investir? Veja análise completa

Ela é a maior companhia petrolífera brasileira, e está entre as grandes players do mercado global. Será que ações da Petrobras valem a pena?

Petrobras
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A Estatal Petrobras (PETR4) é a maior companhia petrolífera brasileira, e está entre as grandes players do mercado global. Será que ações da Petrobras valem a pena agora?

Sobre a Petrobras

A companhia é constituída como sociedade anônima de capital aberto. Sendo as Ações Petrobras negociadas na B3 (B3SA3) como PETR3 e PETR4. Além disso, também está listada na NYSE, como uma ADR.

Em uma contextualização rápida, a estatal surgiu em 1953, e até o ano de 1997, ela detinha o monopólio do setor por todo o território nacional. Nesse sentido, em 2005 a Petrobras conseguiu atingir o petróleo via pré-sal, e se torna referência mundial neste tipo de exploração.

Desse modo, a empresa possui como diferencial, o menor custo de extração do mundo quanto ao barril de petróleo. Ou seja, apresenta este fato como vantagem comparativa entre as demais companhias do mesmo segmento.

Custo de extração (lifting cost)

Basicamente, o custo de extração do petróleo para a estatal é muito baixo. Ou seja, o que para a Petrobras gira em torno de US$ 5 dólares, para o resto do mundo paira na casa dos US$ 30.

Sua maior atribuição é a exploração e produção de petróleo. Bem como atua no refinamento, comercialização e transporte do petróleo e seus derivados e gás natural e seus derivados.

Além disso, a Petrobras também atua na produção de biocombustíveis, indústria petroquímica, fertilizantes e geração de energia elétrica. Estas atividades secundárias, por sua vez, são executadas por suas subsidiárias.

Enquanto isso, o preço competitivo de extração advém da maior área de exploração da Petrobras, que se localiza em campos marítimos. Dentre estas áreas, encontram-se as localidades pré-sal, principais fontes da companhia.

Dados da governança da Petrobras

A Petrobras está listada na bolsa no segmento de Governança corporativa nível 2, e apresenta Tag along de 80 % para ações preferenciais, e de 100% para ações ordinárias.

Já o seu Free float – total de ações em livre circulação no mercado soma 57,4%.

Enquanto isso, a distribuição acionária da companhia, atualmente está composta como metade sendo posse da União, confira:

Fonte RI Petrobras 1
Fonte: RI Petrobras

Desinvestimentos e estratégias recentes

A petrolífera passa, por um processo de turnaround – estratégia de reestruturação focada em sua recuperação. Sendo assim, propostos pela estatal, alguns planos se destacam. Um exemplo é o desinvestimento que a companhia está promovendo

A Petrobras apresenta a manutenção na volatilidade de suas ações, mesmo com o mercado criando boas expectativas após o anúncio de seu plano de desinvestimento, que compõe uma nova estratégia de melhoria. 

Nesse sentido, a organização vem vendendo ativos, já reduziu sua posição na BR Distribuidoras, e abriu mão de negócios que não agregam em suas sinergias. 

Certamente, a Petrobras tem focado nas áreas em que ela pode ter bom desempenho, de fato. Inclusive, recentemente, anunciou a venda de concessões em sergipe, e concluiu a oferta de recompra de seus títulos.

Em suma, a estatal ainda pode realizar três grandes ativos:

  • A participação acionária restante na BR Distribuidora (BRDT3);
  • A participação acionária de 36,1 por cento na Braskem (BRKM5);
  • Sua  participação em oito refinarias.

Nesse sentido, dados os movimentos recentes, entre 2019 e o início de outubro de 2020, a companhia arrecadou cerca de US$ 17,3 bilhões de dólares, somente em desinvestimentos.

Certamente, a Petrobras tem focado nas áreas em que ela pode ter bom desempenho, de fato. Inclusive, recentemente, anunciou a venda de concessões em Sergipe, e concluiu a oferta de recompra de seus títulos.

Esta fase do processo de desinvestimento da estatal deve seguir até metade do ano de 2021, como destacou o presidente da companhia, Roberto Castello Branco. 

Segundo Roberto, dada a nova estratégia, espera-se que sejam arrecadados valores entre R$ 20 e R$30 bilhões entre os anos de 2020 e 2024.

Performance na pandemia

A guerra internacional de preços do petróleo no início do ano, potencializou a queda nas ações da Petrobras. Ou seja, a cotação de seus papéis, visto a volatilidade dos preços do petróleo e a crise pandêmica, foi duplamente afetada no início da pandemia. 

Graças ao processo de reformulação da governança da empresa, junto de planos de desinvestimento que haviam sido promovidos desde o final do ano de 2019, a companhia estava performando bem. No entanto, atualmente apresenta as ações Petrobras apresentam rendimentos negativos.

Em suma, é possível observar que, ao contrário da expectativa do mercado, a companhia reportou números negativos mais uma vez, no relatório referente ao terceiro trimestre de 2020.

Desempenho no 3T20

O desempenho operacional, até certo ponto, aumentou significativamente em seu último balanço anunciado. No entanto, as ações da Petrobras não acompanharam o crescimento reportado.

A petroleira reportou um prejuízo de R$ R$ 1,546 bilhão. Ou seja, desapontou as expectativas do mercado, que esperava algo em torno de R$ 505 milhões – segundo o FactSet.

Além disso a receita de vendas, igualmente apresentou queda, somando R$ 70,730 bilhões no período. Sendo assim, registrou queda de 8,2% na comparação ano a ano.

No entanto, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado surgiu com crescimento de 2,6%. Nesse sentido, acumulou R$ 33,440 bilhões entre os meses de julho e setembro.

Já o fluxo de caixa operacional da Petrobras registrou, no 3T20, um resultado 41,6% mais alto, na comparação anual

Em suma, custos de extração de petróleo no 3T20 foram de US$ 4,5 por barril de óleo equivalente. Desse modo, reportou queda de 43% frente aos US$ 7,9 por unidade, praticados no mesmo período do ano anterior. 

De acordo com a Petrobras, 60% do resultado positivo veio da redução de custos no 3T20. Bem como, a empresa destaca o aumento da eficiência e a desvalorização do real. 

Para a companhia, a queda nos custos de extração beneficiam a companhia em relação à sua competitividade no cenário internacional, visto que é uma forte vantagem.

Não obstante, o resultado mostra que as vendas de combustíveis da Petrobras se recuperaram no 3T20.

Sobre o endividamento

A companhia, há alguns anos, estava com um endividamento preocupante, muito acima de seus pares. No entanto, vem trabalhando na redução deste patamar, o que indica geração de caixa em virtude da diminuição do endividamento. 

A Petrobras anunciou dívida líquida de US$ 66,2 bilhões no 3T20, resultado reduzido em US$ 12,2 bilhões, na comparação ano a ano. 

Fonte RI Petrobras 2
Fonte: RI Petrobras

Dessa forma, a  dívida bruta caiu US$ 11,5 bilhões em um ano, encerrando o mês de setembro em US$ 79,6 bilhões. 

A estatal aponta redução de US$ 31,3 bilhões no endividamento, nos últimos 21 meses. Além disso, a queda na dívida da empresa segue constante desde 2015. 

Indicadores de Rentabilidade da Petrobras

Alavancagem 2,93
Capital de Terceiros / Ativo 27,11 %
Receitas Financ. (Mi) R$ 2.254.000,00
Despesas Financ. (Mi) -R$ 8.095.000,00
Despesas – JSCP (Mi) -R$ 8.095,00
Dívida Bruta (Mi) R$ 16.235,00
Dívida Líquida (Mi) -R$ 31.056,93

Para mais indicadores fundamentalistas das Ações Petrobras (PETR4), clique aqui.

Projeções para a Petrobras

O mercado em geral tem apresentado esperança na retomada das ações Petrobras, as justificativa vão desde as projeções para os preços do Brent de petróleo, até as medidas positivas adotadas pela companhia.

Nesse sentido, preço da commodity reajustado em virtude do dólar, unido à receita dolarizada, podem configurar uma boa projeção para o futuro das ações Petrobras.

Confira a cotação dos últimos 12 meses do Brent de Petróleo:

Fonte RI Petrobras 3

Quando se considera que seus maiores compradores são a China e os EUA, e que a própria China vem aumentando seus níveis de demanda, então as expectativas do mercado se justificam.

Além disso, a companhia afirmou recentemente sobre a possibilidade de pagar dividendos aos seus acionistas mesmo sem apresentar a obtenção de lucros no período.

Por fim, ainda há a possibilidade da venda dos papéis pelo BNDES, que detém 18,5% de participação em ações preferenciais da companhia. Sendo assim, um valor de mercado de cerca de 20 bilhões de reais.

Vale a pena?

Pontos positivos

A estatal apresenta um baixo custo de produção, bem como economia de escala, e domínio da extração em águas profundas (pré-sal).

Pontos negativos

Algo que pode ser visto de forma negativa é a dependência e exposição das ações da Petrobras à volatilidade dos preços do petróleo. Mas outros aspectos a serem citados são o risco de intervenção estatal e o histórico bastante complicado quanto à gestão e governança da organização.

Ainda que passe por altos e baixos, a petrolífera segue sendo uma das companhias mais valiosas do mundo, No entanto, apenas sua fama não a torna uma empresa estável.

A Petrobras (PETR4) de fato possui um diferencial competitivo em relação ao resto do mundo, e isso contribui para seu bom posicionamento internacional, sendo uma grande player do mercado.

Isso mostra que a Petrobras, além de ser referência mundial na extração via pré-sal, também se vale da otimização nos custos.

Em suma, se tratando da atratividade pelo Valuation da empresa, de acordo com especialistas, as projeções – mesmo nas hipóteses mais conservadoras, são positivas. Graças à combinação entre o câmbio valorizado em dólar e o custo do barril de petróleo no patamar de 30 a 60 dólares.

Por fim, a discussão sobre o desempenho da Petrobras e de suas ações é longo e controverso, há especialistas que indicam a espera, e há instituições que projetam bons dias por vir. Entretanto, um grande fato é que a empresa vem buscando formas de se readaptar ao mercado e suas expectativas.

Vale lembrar que este é um conteúdo informativo e para fins educacionais e não figura uma recomendação de investimento.