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A indústria automotiva brasileira encerrou os primeiros 10 meses de 2024 com um crescimento acumulado de 15% na produção de veículos, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No período, mais de 2,6 milhões de unidades foram fabricadas, marcando uma recuperação significativa em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando a indústria enfrentava dificuldades com a falta de insumos e baixa demanda.
As exportações tiveram um papel crucial na recuperação do setor, registrando um salto de 22% em relação a 2023. Ao todo, 500 mil veículos foram enviados ao exterior, com destaque para mercados como Argentina, México e Chile.
“O mercado externo se mostrou essencial para equilibrar as operações, especialmente com a retomada de demandas em países vizinhos”, afirmou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes em coletiva. Segundo ele, a desvalorização do real também contribuiu para tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.
Além disso, o segmento de veículos elétricos e híbridos apresentou crescimento expressivo, com um aumento de 58% nas vendas externas, refletindo a tendência global de transição para tecnologias mais sustentáveis.
Mercado interno: incentivos estimulam consumo
No mercado doméstico, as vendas de veículos somaram 2,3 milhões de unidades até outubro, um aumento de 12% em relação ao ano anterior. Esse avanço foi estimulado por medidas governamentais, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros populares e a ampliação de linhas de crédito com juros subsidiados.
O destaque ficou por conta dos veículos de entrada, que representaram 60% do total comercializado no período. Modelos como hatchbacks e sedans compactos lideraram as vendas, respondendo à procura por opções mais acessíveis.
Emprego e inovação
A recuperação do setor também se refletiu no mercado de trabalho. De janeiro a outubro, cerca de 10 mil novos postos foram criados na indústria automotiva, segundo dados do Ministério da Economia.
Além disso, montadoras têm investido pesado em inovação. Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o setor destinou R$ 5 bilhões para pesquisa e desenvolvimento em 2024, com foco na ampliação da frota de veículos elétricos e na modernização das linhas de produção.
Apesar dos números otimistas, o setor ainda enfrenta desafios. O custo elevado de insumos, como aço e alumínio, continua pressionando as margens de lucro das empresas. Além disso, gargalos logísticos e a necessidade de aprimorar a infraestrutura de recarga para veículos elétricos são apontados como entraves para um crescimento sustentável.
Ainda assim, a expectativa para o fechamento do ano é positiva. Segundo projeções da Anfavea, a produção total de veículos deve superar a marca de 3 milhões de unidades, consolidando 2024 como o melhor desempenho da indústria automotiva desde 2018.
Com base no desempenho atual, a Anfavea projeta um crescimento de 7% para o próximo ano, impulsionado pela expansão das exportações e pela diversificação da produção de veículos elétricos.
“Estamos confiantes de que o setor continuará se consolidando como um dos pilares da economia brasileira”.
concluiu Luiz Carlos Moraes.
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