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O CPI (índice de preços ao consumidor, da sigla em inglês) dos Estados Unidos veio levemente acima do esperado na leitura de dezembro. Isto é, o índice, que corresponde ao nosso IPCA, avançou 0,5% no mês, ante projeções de alta de 0,4%. Dessa forma, em relação ao mesmo período do ano anterior o avanço foi de 7%. Portanto, o maior avanço inflacionário para o período desde o ano de 1982.
Além disso, falando um pouco sobre o núcleo da inflação, houve um aumento de 0,6% no mês. O núcleo de inflação, ou como é chamado nos Estados Unidos, Core CPI, é a mesma medida de inflação, contudo, exclui os preços de itens mais voláteis como energia e alimentos. Quando comparamos com dezembro de 2020 vemos uma alta de 5,5%.
Além dos problemas enfrentados por todas as economias, isto é, o choque de oferta pelas disrupções nas cadeias globais de produção, outros fatores contribuíram para a inflação da maior economia do mundo. Assim sendo, vale pontuar a dinâmica do mercado de trabalho norte-americano no período, que hoje opera com uma taxa de desemprego de 3,9%. Dessa forma, com a queda expressiva da taxa em tão pouco tempo, os salários na economia vêm crescendo. Em dezembro, por exemplo, tais salários cresceram 0,6%, enquanto as projeções esperavam alta de 0,4%.
Caso não tenha ficado claro, a ascensão do salário médio de uma economia eleva os custos das firmas, que repassam seus preços e, portanto, geram mais inflação.
Assim sendo, o Federal Reserve vem gradualmente mudando o tom de sua política monetária. Desse modo, o mercado espera um tapering mais rápido e a elevação da taxa de juros em março deste ano. O intuito é não gerar tanto estímulo à economia e, com isso, diminuir a aceleração da inflação no país.
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