Continua após o anúncio
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) consultou brasileiros entre os dias 01 e 20 de abril para saber do consumidor brasileiro a intenção de compras de presentes relacionados ao Dia das Mães, dado o potencial de vendas de uma data muito aguardada pelo comércio. A enquete, realizada pela décima quinta vez, obteve três tipos de informação:
i. Previsões sobre gastos com presentes na comparação com o ano anterior;
ii. Expectativas com o valor médio dos presentes;
iii. Tipo de presente a ser escolhido.
O indicador que mede o ímpeto para gastos com presente no Dia das Mães subiu 6,5 pontos, para 78,0 pontos em 2023, maior nível desde 2014, quando o indicador marcou 84,5 pontos. A recuperação do indicador foi influenciada pela transferência de consumidores que pretendem gastar menos para aqueles que pretendem manter a intenção de gastos constante. Houve queda 5,7 pontos para 29,2 % no percentual de pessoas que pretendem gastar menos na ocasião e aumento de 5,0 p.p., para 63,5%, dos que pretendem gastar a mesma coisa. A parcela de consumidores que pretendem gastar mais subiu 0,7 p.p., para 7,3%, influenciando positivamente, porém em menor grau, o indicador agregado.
A análise desagregada por renda mostra que a alta do ímpeto para gastos nesta data foi disseminada para todas as faixas, com destaque para as faixas mais baixas, cujo poder de compra acaba sendo menor. Nessas rendas houve aumento de 11,0 pontos nas famílias com renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800 e 7,5 pontos, nas famílias com renda até R$ 2.100.
O valor médio do(s) presente(s) para o Dia das Mães em 2023 foi de aproximadamente R$ 71,87 , valor inferior ao observado em 2022 (R$ 73,71). Então, apesar do ímpeto de gastos ser o maior desde 2014, o valor médio do presente diminuiu considerando preços constantes de 2023.
Dentre os consumidores que pretendem comprar presentes e que já decidiram o que adquirir , os itens de Vestuário (blusas, camisas, vestidos) e Outros seguem liderando a preferência das intenções de compra para essa ocasião, com alta no percentual em relação ao ano anterior para ambos os casos. Os demais itens seguintes apresentaram queda em relação a 2022.
Os destaques dos tipos de presentes listados em Outros são as altas das intenções de consumo em gastronomia (almoço, jantar, lanche, cesta de café da manhã, etc), que subiu de 5,6% para 8,4%, uma alta de 2,8 p.p., e em atividades de lazer (passeios, viagens, cinema, teatro, show, day spa e etc) que subiu 1,1 ponto percentual, para 3,3%.
Levantamento realizado pelo FGV IBRE, a partir do Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M), mostra que os presentes e os serviços mais procurados para o Dia das Mães apresentaram aumento de 7,72% nos últimos 12 meses, mais do que o dobro do acumulado no mesmo período pelo índice geral: 3,45%. A construção da cesta feita a partir da pesquisa de Sondagens do Consumidor serviu como ponderador dos dados.
A pesquisa também mostrou que os protagonistas dessa inflação foram itens que costumam apresentar um patamar baixo de preço nominal: produtos de perfumaria e cosméticos (10,52%), livros (10,51%), vestuário (7,26%) e calçados (6,09%). Os serviços da cesta também apresentaram avanço significativo: itens de lazer, que incluem passeios, viagens, cinema, teatro, show musical e salão de beleza, subiram 9,81%, e os serviços de gastronomia (basicamente refeições em restaurantes) tiveram um aumento de 6,66%.
O pesquisador e economista do FGV IBRE Matheus Peçanha avalia que a retomada do pós-pandemia teve um papel importante nessa dinâmica. “O setor de serviços apresentou um incremento na demanda que estava reprimida desde a pandemia da Covid-19. Essa atividade, inclusive, foi o principal motor do PIB no ano passado e, consequentemente, os preços também refletem isso. No caso dos restaurantes, ainda há o agravante do custo dos alimentos, que foi o foco da inflação até meados do segundo semestre de 2022”, explicou.
Dentre as classes de presentes mais procurados, apenas dois grupos se mantiveram com preço um pouco mais estáveis: os itens de casa (como decorações e utilidades domésticas), que avançaram 2,30%, e os eletrônicos, que apresentaram uma ligeira queda de preço nos últimos 12 meses (-1,43%), no entanto, este último grupo costuma apresentar um nível de preço nominal superior aos outros tipos de presente.
Acesse o estudo na íntegra aqui.
Follow @oguiainvestidor
DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.