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Investidores resgatam R$ 57,6 bilhões de fundos de ações e multimercado no primeiro trimestre de 2023

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Com taxa Selic acima na faixa de 13% ao ano desde meados de 2022, investidores brasileiros têm migrado de aplicações em renda variável para alternativas mais simples. Com rentabilidade assegurada de 1% ou mais ao mês em CBDs ou Tesouro Direto, por exemplo, fundos multimercado e de ações registraram, apenas neste primeiro trimestre do ano, resgates que somaram R$ 57,6 bilhões, de acordo com levantamento realizado pela plataforma de dados financeiros Comdinheiro/Nelogica.

“A indústria de fundos tem neste início de 2023 um volume de captação negativa em geral, e boa parte deste movimento é devido aos juros altos. Nem todo mercado financeiro se beneficia de uma Selic nos atuais patamares”, avalia Filipe Ferreira, diretor de Nelogica para Comdinheiro.

Essa alternativa, bastante cômoda, alerta o executivo, tende a ser prejudicial para o investidor especialmente em período de queda de juros, com já sinalizado atualmente. Agora, reforça Ferreira, é hora de olhar para frente. “Falávamos de passado, mas agora se deve olhar para o futuro. A partir de agora o investidor poderá se posicionar melhor em ativos mais sofisticados. Do contrário ele tende a não aproveitar a onda da retomada. É recomendado observar desde já onde surgem os primeiros indicadores de alta no mercado de capitais”, acrescenta Ferreira.

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A Selic atual, que levou investidores a obter facilmente ganhos de 1% ao mês e, consequentemente, desestimulou a busca por ganhos maiores em outras modalidades, começa a se inverter em 2023. No primeiro trimestre de 2019, quando a taxa girava em torno de 7% os fundos de ações captaram R$ 16,8 bilhões, em caminho inverso ao registrado no primeiro trimestre de 2023, quando o saldo de saques que totalizou R$ 23,8 bilhões. O mesmo ocorreu com fundos multimercados: de depósitos totais de R$ 37 bilhões nos primeiros três meses de 2019, amargaram saques de R$ 33,7 bilhões no mesmo período de 2023.

“Essa retração ocorreu mesmo em renda fixa, onde as captações caíram pela metade, de R$ 12,7 bi no primeiro tri de 2019 para R$ 6 bi no início deste ano. Com ganhos de 1% ao mês, o investidor não via por que buscar outros ativos, procurar um assessor de investimentos ou olhar com mais atenção para a sua carteira, já que esse patamar de rentabilidade para ele estaria bom e cômodo. Neste momento, o cenário começa a mudar”, acrescenta Ferreira.

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