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Os investidores, já acostumados a analisar riscos de seus investimentos, estão cientes das mudanças comportamentais voltadas a negócios cada vez mais sustentáveis e éticos. Por negócios sustentáveis, entende-se a necessidade de levar em consideração critérios de natureza ambiental, social e de governança (ESG — Environmental, Social and Governance). Já os critérios éticos são mais amplos e levam em consideração, além destas questões, a reputação da empresa perante o mercado e a lisura de como tocam suas atividades e se há adequação a Compliance.
Imagine ser investidor de empresas que tenham projetos de recuperação ambiental, plano de redução de carbono ou apresentem trabalhos sociais importantes em escolas ou orfanatos. Ou mesmo empresas sejam reconhecidas por contarem com uma liderança confiável e ética. Estes são alguns dos exemplos os quais os preceitos ESG tornam a empresa sólida perante o mercado em distintos vieses.
Em pesquisa realizada pela Swiss Sustainable Finance (SSF), verificou-se que o volume de investimentos sustentáveis, com base nos critérios ESG, aumentou em geral 31% em 2020 para 1.520 bilhão de francos suíços. Além disso, o volume de fundos sustentáveis subiu para 694,5 bilhões de francos suíços, superando pela primeira vez os fundos de investimento tradicionais.
Este crescimento demonstra que, não apenas os clientes demandam atitudes mais sustentáveis das empresas, como também os investidores institucionais levam em consideração critérios de sustentabilidade para tomar decisões de mercado mais acuradas e mitigar os riscos associados aos critérios ESG. Tal comportamento, inclusive, amplia oportunidades de negócios que incluam ativos de infraestrutura renovável, novas tecnologias que promovam a descarbonização da indústria, entre outras.
Deste modo, ao buscar fundos de investimentos, é essencial que se pesquise sobre as empresas vinculadas ou as empresas objeto final de investimento e se tais conseguirão atingir bons resultados a médio ou longo prazo. Para isto, buscas sobre processos judiciais que possam apontar fatos relevantes sobre a empresa, como passivo trabalhistas, reclamações de prestação de serviços, entre outros, podem auxiliar na escolha dos investimentos. Assim como averiguar a reputação de seus dirigentes também é fundamental para saber se as ações investidas na empresa retornarão bons rendimentos ou se serão um escoadouro de dinheiro, situação que nenhum investidor pretende.
Sendo assim, cada vez mais as empresas precisam se adequar aos elementos de Compliance e ESG. Não só para cumprir a lei, mas também para fortalecer sua imagem na sociedade e atrair consumidores e investidores. Vez que as pessoas estão se voltando cada vez mais para um modelo de consumo consciente.
Vale ressaltar que a preocupação com a ética, a reputação e os critérios ESG das empresas não se limitam apenas a valores pessoais de cada indivíduo, mas também têm relação com o sucesso e a perspectiva de futuro de um negócio. Inclusive, o mercado financeiro já se prepara para fundos de investimentos cada vez mais focados em empresas e ramos de negócios com foco em ESG, sejam voltados especificamente para empresas deste ramo, como consultorias especializadas, como em produtos que sigam as diretrizes de Compliance e tenham valores voltados aos aspectos ambientais, sociais e de governança.
Desta forma, a progressiva atenção que ESG recebe não é à toa, tendo em vista tratar de princípios basilares, que conseguem harmonizar bons negócios com sustentabilidade. Trata-se de uma relação com saldo positivo para todos: consumidores, empresas, investidores e para o planeta.
Por Jéssica Carvalho, consultora de inteligência corporativa da Aliant, plataforma de soluções digitais para Governança, Riscos, Compliance, Cibersegurança, Privacidade e ESG.
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