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IPO do Madero (MDRO3) volta a radar após controle de dívida

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Madero (MDRO3) quita R$ 1 bi em dívidas bancárias em 2023. Agora foca em IPO e expansão após reestruturação financeira.

O grupo agora foca na antecipação do plano de expansão de 2025 para 2024, caso sejam bem-sucedidos em abrir o capital em um eventual IPO.

Por enquanto, o sócio-americano Carlyle e os bancos coordenadores aguardam melhores condições do mercado para decidir sobre a oferta pública de ações na B3. Isso testará o interesse dos investidores em empresas do setor de consumo, afetadas por altos juros e endividamento.

Em entrevista, o CEO do Madero, chef Junior Durski, disse entender que, em um eventual IPO, a empresa terá condições de buscar um valuation acima de R$ 3 bi. Representando assim, múltiplo aproximado de 7 vezes o Ebitda (métrica de geração de caixa operacional) projetado.

Em resumo, isso representaria um múltiplo superior ao valor de mercado de algumas empresas de restaurantes fast food atualmente negociadas.

Para justificar essa avaliação, Durski relembrou a última tentativa de IPO em 2021, quando chegou a protocolar um prospecto na CVM, mas acabou desistindo da operação, visto que, alguns bancos apontavam R$3,5 bi como valor de mercado de sua rede de hambúrgeria.

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Naquele período, o plano de expansão com recursos captados, previa dobrar o total de lojas, totalizando 500 unidades. Isso, no entanto, hoje se mostrou distante diante das cláusulas dos credores que limitaram os investimentos em inaugurações de lojas. Faz-se necessária, uma capitalização proporcionada pela hipotética oferta primária dentro de um IPO.

No final do ano passado (2023), a Rede estava com 276 unidades, com franquia em SP, RJ, ES, PA, SC e RS. O grupo atualmente possui cerca de 7.400 funcionários.

“Em 2021, o Madero não tinha reestruturado sua dívida, como hoje. Estamos aumentando a geração de caixa a cada trimestre. Cumprimos todos os covenants (limites de alavancagem) no ano passado. O fluxo de clientes nos restaurantes está próximo de voltar ao período pré-pandemia. Não tem motivo para o Madero valer menos do que R$3,5 bi. Valemos, na verdade, mais do que isso.” Afirma o CEO.

Realidade

Um analista sob condição de anonimato, disse que o patamar de valuation defendido pelo CEO, pode ser considero exagerado e irrealista no presente momento. Ele justificou sua fala, usando a comparação: a Arcos Dorados (master franqueadora do Mc Donald’s no Brasil), hoje vale cerca de US$ 2,5 bilhões na bolsa de Nova York. Ainda, enquanto a Zamp (ZAMP3), operadora do BK e Popeyes no Brasil, R$1,2 bilhões. Negociam, respectivamente a 5,6x e 5,1x o Ebitda projetado.

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No mês passado, o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, assumiu controle da Zamp, com a expectativa de avançar no mercado de fast food.

Ainda segundo o analista, a situação financeira do Madero junto à seu endividamento, inspira cautela. Ele afirma “não enxergar” na atual conjuntura, um interesse amplo de investidores na tese de investimento da rede de restaurantes, citando a concorrência com redes americanas de fast food. Complementa, que o valuation do Madero, depende da demanda de fundos para ter o papel na carteira em eventual IPO.

Durski, no entanto, reforça que o grupo criou uma plataforma verticalmente integrada, com quatro negócios em um: cozinha central, marcas próprias, distribuição e logística e gestão de restaurantes. Afirma ainda, que o Madero tem um controle de negócios diferentes desses pares, com controle de gestão e qualidade de seus produtos e matérias-primas.

O que mudaria com IPO?

De acordo com a equipe-executiva do Madero, se a companhia concluir um IPO, fica livre de um covenant, podendo aumentar sua dívida bruta, sem risco de pedido de execução antecipada pelos credores. Ainda, para um patamar acima de R$ 1,2 bi, ou seja, cerca de R$ 200 milhões a mais na posição final do final de dezembro (R$1,008 bi).

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Outra condição para superar essa barreira, segundo ao CFO Ariel Szwarc, é que o nível de alavancagem recue para 1,80x.

Com parte dos recursos do CRA emitido em outubro de 2023, a Companhia realizou pré-pagamento das notas comerciais em favor do BTG Pactual (BPA11), um dos principais bancos credores.


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