Mercado animou

Ações da Tesla (TSLA34) disparam mais de 10% após o lançamento de robotáxis — veja como carros circulam sem motoristas

Elon Musk, CEO da montadora, não perdeu a chance de chamar o feito de “o ápice de uma década de trabalho árduo”

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Tesla - Robotáxi
Foto: reprodução

As ações da Tesla (TSLA34) operam em disparada nesta segunda-feira (23), após a companhia colocar seus primeiros robotáxis para rodar oficialmente nas ruas de Austin, no Texas, no último domingo (22). Por volta das 12:00, os papéis TSLA34 subia 10,68%, cotados a R$ 61,25. Já na bolsa americana, Nasdaq, a TSLA avançava 10,35% a US$ 355,49.

Os veículos sem motorista estão transportando passageiros pagantes — e Elon Musk, CEO da montadora, não perdeu a chance de chamar o feito de “o ápice de uma década de trabalho árduo”.

“O chip de IA e as equipes de software foram criados do zero dentro da Tesla”, escreveu Musk em sua rede social X (ex-Twitter), comemorando o lançamento que, segundo ele, será crucial para o futuro financeiro da empresa.

Programa piloto

O programa-piloto da Tesla começou de forma modesta: apenas 10 veículos em uma zona limitada de Austin, rodando com passageiros no banco da frente atuando como “monitores de segurança”.

Eles não estão ao volante, mas também não se sabe até que ponto têm controle sobre o carro.

Os robotáxis estão disponíveis por meio de um aplicativo próprio da Tesla, e as corridas têm valor fixo de US$ 4,20 — uma cifra sugestiva, marca registrada do humor excêntrico de Musk. Influenciadores como Sawyer Merritt, investidor e figura frequente nas redes sociais, foram convidados para os primeiros testes e já postaram vídeos a bordo dos veículos.

Teste local, ambição global

Apesar da estreia pública, o serviço é limitado e com várias restrições operacionais: nada de transportar menores de 18 anos, proibição de circulação em clima ruim e exclusão de cruzamentos considerados “problemáticos”.

Musk garantiu que a Tesla será “super paranoica com a segurança” e que a operação será cuidadosamente monitorada.

O movimento é ousado especialmente porque a Tesla não utiliza sensores LIDAR ou radar, como fazem concorrentes como Waymo (Google) e Zoox (Amazon). Em vez disso, aposta exclusivamente em câmeras e software de visão computacional.

Ainda é só o começo

Especialistas, no entanto, adotam cautela diante da euforia. Para Philip Koopman, professor da Carnegie Mellon University e referência em engenharia de veículos autônomos, a iniciativa é promissora, mas está longe de ser um ponto de virada.

“Esse teste em Austin é o fim do começo — não o começo do fim”, afirmou.

Ele lembra que desenvolver uma rede escalável de robotáxis ainda levará anos ou até décadas, mesmo para gigantes como Tesla e Waymo.

O histórico recente da Cruise (da GM), que suspendeu operações após um acidente, é um lembrete de que o caminho não será fácil — nem rápido.

Robotáxi pode ser a peça que falta no quebra-cabeça da Tesla

Hoje, muito do valor de mercado da Tesla — a montadora mais valiosa do mundo — já está precificado em expectativas futuras: robôs humanoides, carros 100% autônomos e, agora, robotáxis. Musk sabe disso.

E o lançamento em Austin, mesmo com escopo reduzido, é um passo simbólico para provar que essas promessas estão saindo do PowerPoint e indo para as ruas.

Se o experimento funcionar e a Tesla conseguir escalar a operação mantendo segurança e custos competitivos, o impacto no setor automotivo será revolucionário. Mas, por enquanto, o que temos é um laboratório sobre rodas — em uma cidade do Texas.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.