
A proposta do empresário Nelson Tanure para comprar fatia na Braskem (BRKM5) foi no valor de US$ 100 milhões (cerca de R$ 520 milhões).
As informações são do colunista do O Globo, Lauro Jardim. Segundo a publicação, a Novonor, grupo ligado à família Odebrecht, demonstrou interesse na oferta e a aquisição seria de uma fatia de 4%.
Na última sexta-feira (23), a Novonor confirmou o recebimento da proposta de Tanure.
No entanto, para que o negócio seja efetivado, é imprescindível obter a aprovação dos bancos credores da Braskem, além da anuência da Petrobras (PETR4), que detém uma participação minoritária na companhia.
Atualmente, o controle da Braskem está dividido entre Novonor (ex-Odebrecht), com 50,1% das ações com direito a voto, e a Petrobras, que detém o restante.
Contudo, qualquer mudança de comando na companhia depende da anuência de um consórcio de bancos credores, formado por Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11), Banco do Brasil (BBAS3) e BNDES — todos com interesses sensíveis na reestruturação da dívida da companhia.
Braskem: aposta de risco ou jogada de mestre?
A investida de Tanure — conhecido no mercado por adquirir empresas em crise e reerguê-las com mão firme e negociações duras — é vista com cautela por analistas.
Segundo analistas, a Braskem tem ativos estratégicos e presença internacional, mas o passivo é monumental. “Não é um desafio trivial, mesmo para alguém com o histórico do Tanure”, afirma um gestor de fundos que acompanha o setor.
Nos bastidores, o movimento é interpretado como uma tentativa de assumir uma companhia com potencial industrial relevante, mas cujas fragilidades exigirão renegociação pesada com bancos, ajustes operacionais profundos e uma nova visão estratégica.
As informações são do Lauro Jardim, no O Globo.