
- XP oferece CDB com até 15,350% ao ano e amplia leque de opções com alta rentabilidade
- Mercado reage positivamente ao corte de R$ 31,3 bilhões em gastos, mas incertezas sobre IOF geram instabilidade
- LCAs e LCIs com isenção de IR ganham atratividade em meio à Selic estável e cenário fiscal volátil
A plataforma de investimentos da XP surpreendeu o mercado nesta sexta-feira (23) ao disponibilizar uma série de produtos bancários com remunerações agressivas.
Dentre as ofertas, destacam-se os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxa pré-fixada de impressionantes 15,350% ao ano para vencimento em 12 meses. Contudo, um patamar extremamente elevado, principalmente em um cenário de inflação em desaceleração.
Também chamam atenção as ofertas de títulos indexados à inflação, com remunerações de até IPCA +8,880% ao ano, e pós-fixados que chegam a CDI +0,40%.
As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) oferecem até 12,180% ao ano em pré-fixado e até 91,5% do CDI no pós-fixado. Já as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) entregam até 12,100% ao ano no pré e 89,0% do CDI no pós.
Entre os destaques individuais, está o CDB do PicPay, com vencimento em maio de 2032, que remunera 14,820% ao ano. Além da LCA do Banco Sicoob, com taxa de 94% do CDI para vencimento em abril de 2030. Outro título atrativo é o LCD do BRDE, também com 94% do CDI e vencimento em 2029.
Juros futuros oscilam após alívio fiscal
O comportamento dos juros futuros ontem refletiu a dicotomia entre o alívio com a contenção de R$ 31,3 bilhões em gastos públicos, anunciada pelo governo federal, e os ruídos gerados por especulações sobre um possível aumento do IOF.
A curva de juros iniciou o dia em queda, embalada pela queda dos rendimentos dos Treasuries americanos. E, ainda, pela leitura positiva do corte de gastos como um sinal de responsabilidade fiscal.
Os vértices mais longos da curva, como os contratos com vencimento em 2031 e 2033, chegaram a registrar uma queda superior a 20 pontos-base, numa reação imediata de otimismo. No entanto, parte dos ganhos se esvaiu com a repercussão negativa de uma possível elevação do IOF, o que reacendeu o temor de medidas fiscais contraditórias.
Já na curva curta, os contratos com vencimento em 2026 encerraram praticamente estáveis, mostrando que o impacto da comunicação do governo pesa mais sobre os prazos mais longos.
A instabilidade reforça a necessidade de clareza nas ações fiscais e evidencia como o mercado segue sensível a sinais de descompasso entre o discurso político e as decisões econômicas.
Oferta de juros altos deve atrair investidores
Com taxas reais tão elevadas, os produtos da XP tendem a atrair investidores conservadores, interessados em garantir retornos expressivos com risco controlado. Os pré-fixados, em especial, ganham força num momento em que a Selic dá sinais de estabilização, oferecendo uma alternativa de rendimento previsível e robusto.
Além disso, as LCIs e LCAs seguem com a vantagem da isenção de imposto de renda, o que, na prática, amplia o retorno líquido para pessoas físicas. Diante das incertezas fiscais e da possível volatilidade no câmbio e nos juros, esses papéis isentos reforçam seu apelo em carteiras mais defensivas.
A disputa entre rentabilidade atrativa e ruídos políticos evidencia mais uma vez como o mercado brasileiro exige agilidade. Além disso, cautela e visão estratégica dos investidores.
Enquanto o governo testa a confiança com ajustes e falhas de comunicação, as plataformas de investimento buscam conquistar espaço com produtos cada vez mais competitivos.