Balanços

Dívida da Raízen (RAIZ4) salta 79% e prejuízo dobra no 4° tri da safra 24/25 — veja o que abalou a gigante da Cosan (CSAN3)

Prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões e provisões pesadas pressionam os resultados da companhia, divulgados na última terça-feira (13)

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Raízen (RAIZ4)
Foto: Reprodução.

A dívida líquida da Raízen (RAIZ4) disparou no 4° trimestre da safra 2024/25, ao somar R$ 34,26 bilhões – alta anual de 78,9%. Os números financeiros da companhia referente ao período foram divulgados na última terça-feira (13).

Segundo a empresa, o aumento da dívida está relacionado ao menor resultado operacional, elevados investimentos e redução no saldo de operações de convênio com fornecedores e adiantamento de clientes.

Como resultado, a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA ajustado, aumentou para 3,2x, contra 1,3x no exercício anterior.

Para tentar barrar a escalada do seu endividamento, a companhia tem adotado a estratégia de vender ativos. Recentemente, a Raízen anunciou a venda da sua usina em Leme (SP) por R$ 425 milhões.

No detalhe

Quanto ao prejuízo líquido, a Raízen mais que dobrou o resultado negativo com R$ 2,5 bilhões, contra R$ 878,6 milhões em prejuízo marcado um ano antes.

De acordo com a empresa, o resultado foi fortemente impactado por desafios operacionais e financeiros que marcaram o período.

No EBITDA (lucro antes juros, impostos e amortizações) ajustado, a companhia reportou um total de R$ 1,720 bilhão, um recuo de 53,3% em relação ao resultado de um ano antes (R$ 3,6 bilhões).

Já a receita líquida totalizou R$ 57,7 bilhões, um crescimento de 7,5% quando comparado a safra 4° trimestre 23/24.

No 4° trimestre da safra 2024/25, a Raízen teve impacto direto das provisões para perdas de crédito esperadas no segmento de Trading de açúcar branco no mercado externo. 

Somente no período, essas provisões somaram R$ 65 milhões — classificadas como não recorrentes e, por isso, ajustadas no cálculo do EBITDA ajustado da companhia.

No acumulado de 2024/25, o impacto dessas provisões chegou a R$ 270 milhões, refletindo desafios pontuais no setor de comercialização, parcialmente compensados por menores despesas portuárias e logísticas. 

A empresa também contabilizou uma baixa de recebíveis de R$ 20 milhões no negócio de Bioenergia, igualmente excluída para fins de EBITDA ajustado.

Apesar dos obstáculos, a Raízen apresentou uma queda nas despesas gerais e administrativas no trimestre, impulsionada por uma reversão de provisões relacionadas à remuneração variável e revisão de contratos de arrendamento — uma redução equivalente a aproximadamente R$ 450 milhões. 

O ajuste compensou o aumento das despesas com pessoal e benefícios, sinalizando um esforço de racionalização de custos em meio ao cenário desafiador.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.