Reavaliação do risco

Dólar dispara e expõe fragilidade em meio a tensão global e incertezas com Trump

Moeda norte-americana avança diante de oscilações externas e cenário interno frágil, enquanto investidores reavaliam riscos.

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  • Influência externa e cenário doméstico fraco pressionam moeda brasileira
  • Incerteza comercial afeta fluxos financeiros e aumenta aversão ao risco
  • Expectativas sobre corte de juros nos EUA continuam a influenciar os mercados

Em um dia de perdas generalizadas para os ativos brasileiros, o dólar voltou a subir e fechou a quarta-feira (14) em alta de 0,46%, cotado a R$5,6331. A valorização da moeda norte-americana ocorreu em meio ao fortalecimento do dólar no mercado internacional. Dessa forma, refletindo a reavaliação do risco global por parte dos investidores diante da instabilidade comercial promovida pelos Estados Unidos.

A sessão foi marcada por um ambiente de menor apetite ao risco nos mercados emergentes, especialmente após novos capítulos da política comercial norte-americana.

Desde que Donald Trump anunciou, em 2 de abril, tarifas amplas sobre importações, para, dias depois, recuar temporariamente, os mercados têm vivido momentos de volatilidade. O atual movimento cambial reflete justamente a cautela dos investidores, ainda atentos às consequências dessas medidas sobre a economia global.

Apesar da alta pontual da útlima quarta-feira, o dólar ainda acumula queda de 0,76% em maio. No entanto, analistas alertam que o real segue vulnerável.

“As declarações recentes de Trump e as incertezas geopolíticas, somadas à fragilidade do cenário interno, tornam o Brasil um alvo mais sensível aos fluxos de capital externo”, afirmou um economista de uma gestora estrangeira.

Especulações

No exterior, dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos, divulgados na terça-feira, alimentaram o otimismo do mercado. Investidores voltaram a especular que o Federal Reserve poderá cortar os juros ainda este ano, possivelmente a partir de setembro.

O mercado já precifica uma redução de 54 pontos-base até o fim de 2025, segundo dados da LSEG, com destaque para um provável corte de 0,25 ponto percentual no terceiro trimestre.

Mesmo com essa perspectiva, o dólar se fortaleceu frente ao real nesta sessão, embora tenha recuado em relação a moedas como o peso mexicano e o peso chileno. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante seis moedas fortes, caía 0,38%. Assim, refletindo um movimento mais técnico de correção após ganhos recentes.

Trump e seus movimentos

Além das tensões comerciais, investidores globais acompanham de perto a viagem de Donald Trump ao Oriente Médio. A visita, além de possíveis anúncios econômicos, pode afetar o equilíbrio geopolítico. Especialmente, devido às discussões sobre a Faixa de Gaza. Qualquer instabilidade na região pode ter impactos diretos nos preços do petróleo e nos fluxos financeiros internacionais.

No Brasil, o foco esteve nos dados divulgados pelo IBGE, que indicaram crescimento no volume de serviços em março. No entanto, o desempenho veio abaixo do esperado e reforçou o cenário de desaceleração econômica, pressionado pelos juros ainda elevados.

O dado adicionou, no entanto, um componente de pessimismo aos ativos locais. Dessa forma, ampliando a percepção de que o Banco Central pode adiar qualquer flexibilização monetária.

A expectativa agora se volta para a quinta-feira (15), quando os Estados Unidos divulgam dados cruciais: as vendas no varejo de abril, o índice de preços ao produtor (PPI) e um aguardado discurso de Jerome Powell, presidente do Fed.

O mercado busca sinais mais claros sobre os próximos passos da autoridade monetária diante de um cenário ainda cercado de incertezas. Assim, tanto econômicas quanto políticas.

Enquanto isso, o Brasil segue navegando em águas turbulentas, onde fatores externos (como as decisões comerciais norte-americana) se misturam com as fragilidades domésticas. Dessa forma, afetando diretamente o comportamento do câmbio e a confiança dos investidores.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.