- A moeda americana registrou alta de 0,31% nesta segunda-feira, sendo cotada a R$ 6,018 na compra e R$ 6,019 na venda, ampliando os ganhos da sessão anterior
- Donald Trump exigiu que os países do Brics não criem uma moeda substituta ao dólar, ameaçando tarifas de 100% sobre seus produtos, o que aumentou as incertezas nos mercados
- O dólar é impactado pela divulgação de dados de mercado de trabalho nos EUA e PMIs globais, além da possível fala do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell
- Para controlar a volatilidade do câmbio, o Banco Central fará um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, visando rolar o vencimento de 2 de janeiro de 2025
Nesta segunda-feira (2), o dólar comercial começou o dia em alta, ampliando os ganhos registrados na sessão anterior, e seguia acima de R$ 6. A valorização da moeda americana é atribuída, em parte, a uma reação negativa dos investidores aos anúncios recentes do governo brasileiro. E, à intensificação das tensões comerciais com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
Com isso, o mercado financeiro permanece atento ao impacto das políticas internas e à dinâmica externa que afeta o câmbio.
Cotação do dia
Às 9h15, o dólar à vista subia 0,31%, sendo cotado a R$ 6,018 na compra e R$ 6,019 na venda. No mercado futuro, o contrato de janeiro subia 0,80%, negociado a R$ 6,032.
Na sexta-feira (29), a moeda norte-americana já havia atingido um novo recorde, fechando a R$ 6,0012, o maior valor nominal de fechamento da história e pela primeira vez superando a marca dos R$ 6,00 em uma sessão de fechamento.
A pressão sobre o real também reflete declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que exigiu no último sábado (30) que os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar qualquer outra moeda que possa substituir o dólar.
Trump ameaçou impor tarifas de 100% sobre produtos desses países caso a proposta fosse aceita, gerando ainda mais incertezas no mercado cambial.
Cenário externo
Além disso, o cenário externo segue incerto com a divulgação de indicadores de mercado de trabalho nos Estados Unidos e dados de PMIs (índices de gerentes de compras) nas principais economias do mundo, que devem fornecer mais pistas sobre a saúde econômica global. O presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, também deve se pronunciar em breve, o que poderá trazer novos desdobramentos para a política monetária do país.
No Brasil, o Banco Central anunciou que realizará nesta segunda-feira um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento de 2 de janeiro de 2025. A medida visa aumentar a liquidez do mercado e evitar oscilações abruptas na cotação da moeda.
Apesar da alta do dólar, o governo brasileiro mantém uma política de intervenção moderada no câmbio, o que tem gerado discussões sobre a eficácia dessas ações para conter a desvalorização do real. Economistas alertam para a necessidade de um ajuste fiscal mais robusto e de medidas estruturais que possam fortalecer a economia doméstica e reduzir a dependência das flutuações externas.
Expectativa
Com a proximidade do fim do ano, o mercado está também atento à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá as próximas direções para a taxa de juros no Brasil. A expectativa é que o Banco Central continue seu esforço para controlar a inflação, mas ao mesmo tempo busque não sufocar o crescimento econômico, em um cenário de desaceleração global.
No mercado de câmbio, a cotação do dólar turismo também registrava alta, com a compra a R$ 6,042 e a venda a R$ 6,222, refletindo o movimento do dólar comercial e as preocupações econômicas que ainda permeiam tanto o cenário doméstico quanto o internacional.
Em resumo, o dólar segue pressionado pela incerteza política interna, pelas ações do governo e pelas ameaças externas, com o mercado aguardando os próximos passos do governo brasileiro e as movimentações no cenário internacional.