Câmbio

DÓLAR HOJE dispara ou cai? Ata do COPOM e CPI nos EUA decidem o rumo do câmbio nesta terça-feira (13)

Moeda segue influenciada pela trégua comercial entre EUA e China, mas a agenda de indicadores surte efeitos nas cotações também

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Nesta terça-feira (13), o dólar segue influenciado pela trégua da guerra comercial entre Estados Unidos (EUA) e China, assim como pelo cenário das políticas monetárias no Brasil e demais países.

Hoje sai a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central (BC), que deve trazer uma melhor leitura sobre o rumo da taxa Selic e, assim, influenciar as negociações do dólar.

Além disso, dados de inflação nos Estados Unidos, com o Índice de Preços ao Consumido (CPI, na sigla em inglês), compõe a agenda e também surte movimentos sobre o câmbio.

As tarifas de Trump

Na última segunda-feira (12), a moeda americana fechou o dia em alta de 0,53%, cotada a R$ 5,684. Esse viés de alta frente ao real é sustentado pelo alívio das tensões entre EUA e China.

Apesar disso, os mercados reagem com moderação, mantendo o foco em dados macroeconômicos e decisões de juros que podem redefinir o rumo das moedas emergentes.

Na última rodada de negociações, o governo de Donald Trump anunciou a suspensão parcial das tarifas sobre produtos chineses, reduzindo-as para 30% por 90 dias.

Embora a medida pareça sinalizar um degelo nas relações, os analistas lembram: trata-se de uma redução em relação a tarifas inexistentes anteriormente – ou seja, o nível ainda é elevado.

A China, por sua vez, também afrouxou sua política tarifária, cortando alíquotas de 125% para 10% sobre produtos norte-americanos.

O gesto é visto como simbólico, mas insuficiente para embalar um otimismo pleno nos mercados.

Juros do Fed

Enquanto isso, investidores ajustam suas apostas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.

A leitura atual é de que um corte nos juros está mais distante, diante de dados econômicos robustos e sinais de inflação ainda resistente.

Essa perspectiva fortalece o dólar frente a moedas como o real, impulsionado pelo chamado carry trade – movimento em que capitais migram para ativos com maior retorno, neste caso, os títulos americanos.

Além disso, o mercado mostra menos preocupação com o ritmo de crescimento da economia dos EUA, a possível escassez de produtos chineses e o impacto inflacionário das tarifas.

Esse alívio favorece o apetite por risco, mas fortalece o dólar por conta da resiliência dos ativos norte-americanos.

Brasil: Copom no radar e Haddad minimizado

No cenário doméstico, as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), de que a inflação pode se acomodar caso o governo cumpra as metas fiscais, foram recebidas com ceticismo pelos agentes do mercado e tiveram pouco efeito sobre o câmbio.

Sobretudo, as atenções se voltam agora à Ata do Copom, que será divulgada nesta terça-feira (13).

O documento deve fornecer pistas valiosas sobre a trajetória da taxa Selic, hoje em processo de afrouxamento.

A princípio, qualquer sinal de que o Banco Central brasileiro pode pausar os cortes, ou de que o ciclo está próximo do fim, pode ajudar a conter a pressão sobre o real.

CPI dos EUA

Já no exterior, um dos dados mais aguardados do dia é o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA, que mede a inflação americana.

Dessa forma, a depender do resultado, o mercado pode rever suas projeções para os juros norte-americanos, com impacto direto sobre a força do dólar globalmente.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.