- O dólar comercial registrou alta nesta quinta-feira (26), sendo cotado a R$ 6,157, após o Banco Central vender US$ 3 bilhões para conter a valorização da moeda americana
- Investidores se desfazem de ativos brasileiros devido à crescente preocupação com a sustentabilidade da dívida pública e a capacidade do governo de estabilizar as contas fiscais
- A instabilidade política no Brasil e o receio sobre a condução das finanças públicas intensificam a aversão ao risco, impactando o câmbio e a cotação do dólar
- O dólar turismo foi cotado entre R$ 6,228 na compra e R$ 6,408 na venda, refletindo a volatilidade do mercado em meio às tensões econômicas internas e externas
Após registrar uma alta de quase 2% na última segunda-feira (23), o dólar comercial iniciou o dia com valorização nesta quinta-feira (26). Dessa forma, refletindo as preocupações dos investidores sobre a sustentabilidade da dívida pública do Brasil e a pressão sobre a moeda nacional.
O aumento da cotação ocorre em um contexto de incertezas fiscais, que intensificam os receios sobre a capacidade do governo do presidente Lula em equilibrar as contas públicas. Para conter a volatilidade do câmbio, o Banco Central do Brasil interveio no mercado, vendendo US$ 3 bilhões em operações à vista.
Intervenção cambial
A ação do Banco Central visa minimizar os impactos da queda do real, que tem sido afetado pela saída de investidores e pela pressão sobre as contas do governo brasileiro.
A venda de US$ 3 bilhões foi uma tentativa de suavizar a alta do dólar e estabilizar o mercado cambial. A medida ocorre em meio a um cenário em que investidores estão se desfazendo de ativos brasileiros. Contudo, diante do aumento das incertezas relacionadas à política fiscal do governo e à condução das contas públicas.
O receio de que o Brasil não consiga controlar sua dívida tem levado muitos investidores a reavaliar sua exposição ao risco do país.
Cotação do dólar
Às 9h50 desta quinta-feira (26), o dólar à vista registrava uma leve alta de 0,07%, cotado a R$ 6,157 na compra e R$ 6,158 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento operava em queda de 0,69%, a 6.162 pontos.
A volatilidade nas primeiras horas de negociação reflete a cautela do mercado diante da instabilidade política e econômica interna. Na segunda-feira, o dólar comercial havia fechado a sessão a R$ 6,185 na compra e R$ 6,186 na venda, com uma máxima de R$ 6,20 na compra.
Riscos fiscais e incertezas políticas
As dificuldades fiscais do Brasil continuam a ser um dos principais fatores que influenciam a cotação do dólar.
O governo Lula ainda enfrenta desafios para aprovar medidas que estabilizem a economia e evitem um aumento significativo da dívida pública.
As preocupações com a sustentabilidade da dívida brasileira se agravam à medida que o governo tenta implementar políticas públicas para atender suas promessas eleitorais. Ainda, sem comprometer o equilíbrio fiscal.
Além disso, as incertezas políticas também contribuem para a aversão ao risco por parte dos investidores.
O governo tem sido alvo de críticas sobre a condução das finanças públicas, especialmente em relação ao teto de gastos e à necessidade de aumento de arrecadação. Esse cenário tem gerado uma forte desconfiança por parte dos mercados internacionais. Que percebem, contudo, a atual administração como menos comprometida com a estabilidade econômica.
Expectativas para o futuro
Com o aumento da volatilidade do dólar e a contínua intervenção do Banco Central, as expectativas para os próximos dias indicam que a pressão sobre a moeda brasileira deve persistir.
Analistas acreditam que o governo precisará tomar medidas mais concretas para tranquilizar os investidores e estabilizar a economia. Especialmente no que diz respeito à gestão fiscal. Os investidores vão monitorar de perto a política monetária do Banco Central, que tem realizado operações para conter a alta do dólar.
Além disso, o mercado continua a vigiar os desdobramentos da agenda econômica do governo de Lula. Assim, com foco na aprovação de reformas fiscais e no fortalecimento da confiança dos investidores.
Enquanto isso, o dólar segue sendo um reflexo das incertezas políticas e econômicas do Brasil, com sua cotação variando em resposta aos movimentos do mercado global e às expectativas locais.
Valores de cotação
No mercado de câmbio, os valores do dólar continuam a ser monitorados de perto. O dólar comercial, nesta manhã de quinta-feira, estava cotado com as seguintes tarifas:
- Dólar comercial: R$ 6,184 na compra e R$ 6,185 na venda.
- Dólar turismo: R$ 6,228 na compra e R$ 6,408 na venda.
Esses números refletem a oscilação típica em um cenário de alta volatilidade. Dessa forma, com o governo e o Banco Central tentando conter os efeitos da instabilidade econômica e política sobre o real.
A intervenção cambial se mostrou crucial para tentar estabilizar a moeda e amenizar a pressão sobre a economia brasileira. No entanto, os próximos dias serão decisivos para entender se as medidas adotadas surtirão efeito a longo prazo.