
- Ibovespa cai aos 128,6 mil pontos com queda de ações de tecnologia, siderúrgicas e varejistas
- Dólar sobe a R$ 5,90 e juros futuros oscilam, em meio à aversão ao risco provocada por incertezas externas e receios sobre o cenário fiscal
- PIB da China surpreende positivamente, mas tensões comerciais com os EUA e dados fracos da indústria americana aumentam pressão sobre os mercados globais
O Ibovespa iniciou a quarta-feira (16) em baixa, refletindo a cautela dos investidores diante do cenário internacional incerto e da performance negativa de grandes empresas de tecnologia globais. Às 10h19, o principal índice da bolsa brasileira caía 0,53%, aos 128.564 pontos. O dólar comercial subia para R$ 5,90, enquanto os juros futuros operavam de forma mista. O pessimismo dos mercados globais se intensificou após balanços abaixo do esperado de gigantes como Nvidia e ASML, que reacenderam temores sobre o desempenho do setor tech.
Além disso, o crescimento do PIB chinês veio acima das expectativas, mas as ameaças de novas tarifas dos Estados Unidos elevaram o nervosismo dos investidores.
Queda no Ibovespa reflete aversão ao risco
O Ibovespa, no entanto, aprofundou suas perdas ao longo da manhã e renovou mínimas sucessivas, acompanhando o clima negativo dos mercados internacionais.
A retração de papéis ligados ao varejo, siderurgia e tecnologia pressionou o índice. Ações como B3SA3 (-1,22%), CSNA3 (-1,39%) e Vale (VALE3), que abriu em baixa de 0,82% após divulgar seus dados de produção do primeiro trimestre, contribuíram para o desempenho fraco.
Apesar disso, alguns papéis mostraram força, como as ações da Petrobras (PETR3 +0,87%; PETR4 +1,00%) e dos frigoríficos BEEF3 (+1,30%) e BRFS3 (+0,82%), que encontraram suporte na alta das commodities e na demanda externa aquecida.
No setor bancário, os grandes bancos, portanto, operavam com leve oscilação: BBAS3 subia 0,04%, enquanto ITUB4 recuava 0,21%.
Dólar sobe a R$ 5,90 e juros futuros oscilam
O dólar comercial subia com força nesta manhã, atingindo R$ 5,90, acompanhando a valorização da moeda americana no exterior e refletindo a aversão global ao risco. A primeira parcial da PTAX, divulgada pelo Banco Central às 10h03, mostrou a moeda sendo comprada a R$ 5,9031 e vendida a R$ 5,9037.
No mercado de juros futuros, os contratos operavam de maneira mista, com investidores equilibrando o impacto da alta cambial. Além dos dados de inflação, frente às incertezas externas.
A forte correção dos ativos de risco no exterior, em especial no setor de tecnologia, aumentou a cautela dos investidores locais em relação à trajetória da Selic e da inflação nos próximos meses.
China surpreende, mas tensão com EUA cresce
No cenário externo, o PIB da China no primeiro trimestre de 2025 superou as expectativas ao crescer 5,3% em comparação anual, acima da projeção de 4,8%. O resultado trouxe algum alívio inicial aos mercados, mas logo foi ofuscado pelas preocupações com um possível agravamento da guerra comercial entre Pequim e Washington.
O governo dos EUA ameaça impor novas tarifas a produtos chineses, o que aumenta o receio de retaliações e pode afetar o comércio global. Paralelamente, dados decepcionantes da economia americana reforçaram o mau humor: a produção industrial dos EUA caiu 0,3% em março, enquanto a utilização da capacidade instalada recuou de 78,2% para 77,8%.
Esses elementos ampliaram a aversão ao risco dos investidores e pressionaram as bolsas mundiais. Papéis de tecnologia, como Nvidia e ASML, lideraram as quedas após frustrarem as expectativas de lucro, o que contaminou o desempenho dos mercados europeus e asiáticos e respingou sobre a B3.
Confira abaixo os resultados das principais ações: