Mercado em Alerta

Fechamento: Ibovespa patina e Petrobras reage em dia de espera dupla no mercado

Índice brasileiro recua antes dos dados de inflação no Brasil e nos EUA; investidores monitoram juros, tarifas e balanços corporativos.

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Fechamento: Ibovespa patina e Petrobras reage em dia de espera dupla no mercado
  • Ibovespa cai 0,21% em dia de cautela, enquanto Petrobras avança e Vale recua.
  • Investidores aguardam divulgação do IPCA e do CPI, que podem influenciar cortes de juros.
  • Wall Street e Europa fecham em queda diante de incertezas sobre inflação e tarifas comerciais.

O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (11) em queda leve, recuando 0,21% e fechando aos 135.623,15 pontos, enquanto o dólar subiu 0,14%, cotado a R$ 5,443. Apesar do clima de cautela, a Petrobras registrou alta e ajudou a limitar as perdas.

O movimento refletiu a expectativa de investidores pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil e pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos, que serão divulgados amanhã (12). Ambos os dados podem indicar os próximos passos dos bancos centrais em relação à política de juros.

Inflação no radar

No Brasil, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou a necessidade de “vigilância” entre 2025 e 2026, defendendo a manutenção da Selic. Ele destacou que o impulso fiscal surpreendeu economistas e que o desafio agora é normalizar os canais de transmissão da política monetária.

O mercado projeta IPCA de julho em 0,34%, sustentado pela desaceleração de serviços e alimentos, segundo Beto Saadia, diretor da Nomos. A queda nos preços de alguns produtos ocorreu mesmo após o anúncio das tarifas de 50% pelo presidente Donald Trump, posteriormente revogadas.

Pela 11ª semana seguida, o Boletim Focus reduziu a projeção de inflação, reforçando a percepção de alívio gradual nos preços. Ainda assim, o cenário externo e o ritmo de cortes de juros seguem no centro das atenções dos investidores.

Wall Street e Europa em compasso de espera

Nos EUA, as bolsas recuaram diante da expectativa pelo CPI, que trará mais clareza sobre o impacto das tarifas de Trump e o enfraquecimento do mercado de trabalho, sinalizado pelo último payroll. Um dado mais fraco poderia abrir espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve.

Trump adiou por mais 90 dias a suspensão das tarifas à China, mas sem efeito relevante nos mercados. Paralelamente, Nvidia e AMD aceitaram pagar ao governo americano 15% da receita obtida com vendas específicas para a China, medida que gerou críticas de especialistas.

Na Europa, investidores também monitoram a reunião marcada entre Trump e Vladimir Putin, que pode abordar um possível fim para a guerra na Ucrânia. A cautela dominou o pregão, mantendo os índices no campo negativo.

Ações e balanços no Brasil

No cenário doméstico, a agenda corporativa também influenciou a sessão. O Banco do Brasil subiu 0,90% à espera do balanço trimestral, previsto para quinta-feira (14). Bradesco e Santander recuaram, enquanto Itaú avançou 0,62%.

Petrobras registrou alta de 0,62% e Vale caiu 0,11%, mesmo com o minério em valorização. M. Dias Branco disparou 16,24% após divulgar resultados surpreendentes do segundo trimestre. Natura subiu 5,86%, enquanto Vibra, Sabesp e Vamos recuaram.

Entre as quedas mais expressivas, CSN perdeu 2,02% após recomendação de venda de analistas. BRF e Marfrig oscilaram levemente, com a decisão sobre a fusão adiada por órgãos reguladores.

Perspectivas

A terça-feira será marcada pela divulgação do IPCA e do CPI, que podem redefinir expectativas para juros e câmbio.

Além disso, balanços de empresas relevantes e novos desdobramentos nas negociações comerciais devem manter o mercado atento e volátil.

A partir daí, a tendência é que investidores reavaliem posições, ajustando estratégias conforme os sinais vindos da economia global e doméstica.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.