
- Ibovespa fecha pela primeira vez acima dos 147 mil pontos, marcando alta histórica.
- Marfrig (MRFG3) dispara mais de 15%, enquanto Vale (VALE3) e bancos sustentam o índice.
- Expectativa total pelo corte de juros do Fed, com decisão nesta quarta-feira.
O Ibovespa registrou novo recorde histórico nesta terça-feira (28), fechando pela primeira vez acima dos 147 mil pontos. O principal índice da B3 subiu 0,31%, alcançando 147.428,90 pontos, impulsionado por papéis de peso como Vale (VALE3) e MBRF (MRFG3). Foi a quinta alta consecutiva, sequência que não se via desde abril, e consolida um mês de ganhos intensos no mercado brasileiro.
Enquanto isso, o real voltou a se fortalecer, levando o dólar comercial a cair 0,19%, cotado a R$ 5,36. Já os juros futuros (DIs) subiram levemente, refletindo a cautela dos investidores antes da decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros americanos.
Alta global e encontro entre Trump e Lula dão fôlego aos mercados
O bom humor do mercado foi amplificado pelo cenário externo. Os índices em Nova York mantiveram o ritmo positivo após o encontro entre Donald Trump e Lula no domingo. A expectativa por um novo corte de juros nos EUA, cuja decisão sai nesta quarta-feira, também impulsionou o mercado.
Segundo José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos, o Fed pode preferir antecipar o corte agora para evitar um ajuste mais drástico em dezembro. Além disso, a divulgação dos resultados trimestrais de big techs como Microsoft, Apple, Alphabet, Meta e Amazon deve movimentar as bolsas nos próximos dias.
Na Europa, o sentimento foi misto, embora Londres tenha renovado máxima histórica, enquanto investidores aguardam o aguardado encontro entre Trump e Xi Jinping nesta quinta-feira.
Haddad tenta conter impacto fiscal e Senado analisa isenção de IR
No Brasil, o foco voltou para o debate fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com o senador Renan Calheiros, relator do projeto que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil.
Nesse sentido, a proposta deve ser votada na próxima semana, e o governo tenta incluir cortes de gastos para equilibrar as contas e evitar que o texto retorne à Câmara.
Além disso, o movimento é acompanhado de perto por analistas e investidores, que temem aumento da pressão fiscal caso a medida seja aprovada sem compensações.
Portanto, o mercado aguarda sinalizações de Haddad sobre novas ancoragens fiscais e medidas de redução de despesas.
Ações de Marfrig disparam e Vale dá suporte ao recorde
Entre os destaques da sessão, Marfrig (MRFG3) roubou a cena com alta de 15,63%, após o anúncio da Sadia Halal, visto pela XP como um passo estratégico que deve acelerar o crescimento da empresa em novos mercados.
A Vale (VALE3) também contribuiu fortemente para o avanço do índice, subindo 0,88%, com investidores atentos à retomada da liderança global em minério de ferro. Ademais, no setor financeiro, Banco do Brasil (BBAS3) avançou 0,53%, Itaú (ITUB4) subiu 0,34%, e Bradesco (BBDC4) fechou praticamente estável.
Por fim, na ponta negativa, Petrobras (PETR4) recuou 0,03%, acompanhando a leve queda do petróleo no exterior. A presidente Magda Chambriard afirmou que o avanço na Margem Equatorial não reduz o foco da estatal em recompor reservas, inclusive com operações fora do Brasil, citando projetos na África.