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Ibovespa hoje desmorona com Selic a 15% e instabilidade de commodities

Especialistas destacam que a alta dos juros geralmente impacta negativamente a bolsa, mas essa taxa já estava precificada no mercado

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Ibovespa hoje desmorona com Selic a 15% e instabilidade de commodities

Após o feriado, o Ibovespa (IBOV) abre esta sexta-feira (20) em queda de 0,78%, em reação a taxa de juros Selic, elevada de 14,75% para 15% pelo Banco Central (BC). Por volta das 10:20, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira registrava 137,6 mil pontos.

Especialistas destacam que a alta dos juros geralmente impacta negativamente a bolsa, mas essa taxa já estava precificada no mercado. Portanto, durante o dia a expectativa é que a reação siga moderada, com ajustes pontuais no Ibovespa.

Altas e baixas do Ibovespa às 10:10

A instabilidade das commodities e o aumento da Selic impactam diretamente as principais ações do Ibovespa nesta sexta-feira (20).

A taxa de juros e 15% gera impacto direto em setores que são mais sensíveis a juros altos, como bancos e empresas com dívidas elevadas.

Impacto da Selic no Ibovespa

Algumas instituições, como o Morgan Stanley, elevaram a projeção do Ibovespa — chegando a 189 mil pontos — justamente pela decisão do Banco Central (BC) de aumentar a Selic.

Isso deve levar empresas e investidores a revisarem estratégias, tanto para se proteger da alta dos juros quanto para aproveitar oportunidades em renda fixa.

No mercado de Depósitos Interfinanceiros (DIs), as taxas de curto e médio prazo devem subir, especialmente para contratos até janeiro de 2027, com ajustes menores para prazos mais longos.

Como os juros dos DIs são inversamente proporcionais ao Ibovespa, a alta das taxas tende a pressionar a bolsa para baixo.

O UBS-BB reforça o real e as taxas provavelmente reagirão, podendo atrasar cortes previstos para 2026 e 2027. O banco espera que os cortes de juros só comecem em meados de 2026, e em ritmo maior que o atualmente precificado.

Juros e tensão nos EUA

Essa decisão do BC tem repercussão local e também influencia a reação dos mercados americanos, que mantiveram seus juros estáveis entre 4,25% e 4,5% ao ano, conforme anúncio do Federal Reserve (Fed).

A estabilidade nos juros americanos, combinada com a recente indefinição sobre o envolvimento dos EUA no conflito entre Israel e Irã, mantém o mercado atento e volátil.

A Casa Branca informou que o presidente Donald Trump deverá decidir sobre uma possível entrada dos EUA na guerra entre Israel e Irã nas próximas duas semanas.

O adiamento do ataque, antes considerado iminente, veio após conversas telefônicas entre o enviado especial americano para o Oriente Médio e o chanceler iraniano, o que alimenta um pouco mais o apetite por ativos de maior risco, como ações, que vinham sendo vendidos diante das incertezas da guerra.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.