
A prévia da inflação oficial de junho trouxe uma leve trégua, mas a conta de luz voltou a pesar no orçamento das famílias. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) avançou 0,26% em junho, abaixo da alta de 0,36% registrada em maio, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A principal ‘vilã’ do mês foi a energia elétrica residencial, que subiu 3,29% e sozinha respondeu por metade do índice: 0,13 ponto percentual (p.p.) do total.
O reajuste foi impulsionado pela volta da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, além de aumentos regionais nas tarifas, como em Belo Horizonte (6,82%), Recife (4,58%) e Salvador (2,30%). Em contrapartida, Fortaleza registrou queda de 1,68% na tarifa.
Com isso, o grupo Habitação, que inclui energia elétrica, gás encanado e água, puxou para cima o índice do mês.
A taxa de água e esgoto, por exemplo, subiu 0,94%, após reajustes expressivos em cidades como Brasília (4,43%), Recife (3,33%) e Curitiba (3,70%).
Café mais caro, gasolina mais barata
Outros itens que pressionaram o índice foram o café moído (2,86%), ônibus urbano (1,39%) e plano de saúde (0,57%) — todos com impactos leves, mas consistentes, de 0,02 p.p. cada. A refeição fora de casa também ficou mais cara, com alta de 0,60%.
Por outro lado, a alimentação no domicílio ajudou a conter a inflação, com recuo de 0,24%, graças à queda nos preços de itens essenciais como:
- Tomate: -7,24%
- Ovo de galinha: -6,95%
- Arroz: -3,44%
- Frutas: -2,47%
Já no setor de combustíveis, a gasolina caiu 0,52%, contribuindo para um alívio de 0,03 p.p. no índice. O etanol (-1,66%), o diesel (-1,74%) e o gás veicular (-0,33%) também recuaram.
Inflação perde força no acumulado
Com o resultado de junho, o IPCA-15 acumula alta de 5,27% em 12 meses, abaixo dos 5,40% observados até maio.
No acumulado do ano, a prévia da inflação soma 3,06%. O IPCA-E, que consolida o IPCA-15 do trimestre, ficou em 1,05%, praticamente estável frente ao mesmo período do ano passado (1,04%).
Regiões: Recife lidera alta, Porto Alegre tem deflação
Entre as regiões pesquisadas, Recife liderou o avanço dos preços, com variação de 0,66%, puxada pela alta da energia elétrica (4,58%) e da gasolina (3,44%). Na outra ponta, Porto Alegre registrou queda de 0,10%, influenciada pela forte baixa no preço do tomate (-10,04%) e da gasolina (-2,87%).