O primeiro trimestre de 2025 (1T25) revelou um verdadeiro sprint entre os gigantes do varejo esportivo nacional — e a Track&Field (TFCO4) cruzou a linha de chegada bem à frente da Centauro, do Grupo SBF (SBFG3).
Com números que superaram todas as projeções do mercado, a marca de artigos premium registrou o melhor 1º trimestre da sua história, enquanto sua principal concorrente apresentou uma performance mais comedida, marcada por desafios operacionais e margens pressionadas.
Confira a seguir o detalhe de cada balanço:
Track&Field acelera e quebra recordes
A Track&Field registrou um lucro líquido ajustado de R$ 39 milhões, crescimento de 37,6% em relação ao 1T24, superando com folga os R$ 34,8 milhões de lucro contábil reportado.
O EBITDA (lucro antes juros, impostos e amortizações) ajustado saltou 47,9%, alcançando R$ 54,7 milhões e superando em 15% as estimativas do sellside, com margem EBITDA de 25,7% – um avanço expressivo de 2,9 pontos percentuais.
A receita líquida também veio forte: R$ 212,8 milhões, um crescimento de 31,2% na comparação anual.
O grande destaque, no entanto, foi o desempenho das mesmas lojas: o same-store sales (SSS) da Track&Field subiu impressionantes 25%, praticamente o dobro dos 13,2% da Centauro.
O sell out – que inclui todas as vendas, físicas e digitais – cresceu 33,7%, somando R$ 380,6 milhões.
Inovação, reforma e expansão
A estratégia de reformar lojas tem rendido frutos: unidades modernizadas cresceram 48% em vendas.
Com 40 reformas em 2024 e mais da metade da rede ainda para atualizar até 2027, a empresa já enxerga um “crescimento contratado” para os próximos anos.
Além disso, foram inauguradas 4 franquias no trimestre, totalizando 402 lojas (53 próprias).
Para 2025, estão previstas mais 40 inaugurações, majoritariamente franquias.
Outro pilar de destaque foi o avanço da TFSports, o ecossistema digital de bem-estar da marca, que cresceu 57% em usuários inscritos, com 12,5% mais eventos. A plataforma já soma 955 mil usuários ativos e 8,3 mil treinadores.
Mesmo impactando negativamente o EBITDA em R$ 4,6 milhões, o investimento caiu para 2% da receita líquida, ante 3,5% anteriormente.
Grupo SBF: crescimento modesto e margens pressionadas
Do outro lado da pista, o Grupo SBF, controlador da Centauro e da Fisia (distribuidora da Nike no Brasil), teve um trimestre de resultados mistos.
A receita líquida consolidada subiu apenas 4% anual, puxada pela Centauro (+11%), que compensou a queda da Fisia (-6%).
O SSS da Centauro cresceu 11%, mostrando melhora operacional, e as vendas online saltaram 25%, mas a Fisia seguiu pressionada no atacado (-19% a/a), com SSS negativo em -1%.
A margem bruta consolidada subiu 0,9 p.p., enquanto a margem EBITDA ajustada caiu 1,4 p.p., refletindo maiores despesas com marketing, logística e menor alavancagem operacional.
O lucro líquido foi de R$ 74 milhões, mas beneficiado por efeitos financeiros e tributários não recorrentes.
Já o fluxo de caixa livre foi negativo em R$ 24 milhões, embora melhor do que o registrado um ano antes.
Quem foi melhor no 1T25?
Em uma análise direta, a Track&Field entregou crescimento superior em praticamente todos os indicadores-chave: receita, margem, lucro, eficiência operacional e digitalização.
A empresa não apenas superou a Centauro em performance, como também entregou acima das expectativas do mercado, consolidando-se como um case de execução estratégica bem-sucedida.
Indicador | Track&Field | Centauro (Grupo SBF) |
---|---|---|
Receita líquida | +31,2% | +11% (Centauro) |
SSS | +25% | +13,2% (Centauro) |
EBITDA ajustado | +47,9% | Margem EBITDA -1,4 p.p. |
Lucro líquido ajustado | R$ 39 milhões (+37,6%) | R$ 74 milhões (+11%) |
Fluxo de caixa livre | R$ +50 milhões | R$ -24 milhões |
Crescimento digital (eventos/usuários) | +57% inscritos / +12,5% eventos | +25% em vendas online |