- O volume financeiro das ações na B3 caiu 3,8% em novembro de 2024 em relação ao ano anterior, mas subiu 18,5% comparado a outubro
- O número de contas na B3 cresceu 5,6%, com 5,246 milhões de investidores individuais, alta de 6,8%
- O volume diário médio no segmento de futuros aumentou 3,2%, enquanto a receita por contrato subiu 31,3%
- O mercado de renda fixa viu um crescimento de 20,6% nas novas emissões, totalizando R$ 1,384 trilhão, e o estoque subiu 30,5%
O volume financeiro médio negociado na B3 (B3SA3) no segmento de ações registrou queda de 3,8% em novembro de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 26,435 bilhões.
Apesar dessa retração, o volume foi superior ao registrado em outubro, quando houve um aumento expressivo de 18,5%. Esse desempenho reflete o cenário instável dos mercados, mas também aponta para a resiliência de outros setores da bolsa.
Em termos de investidores, a B3 continua a atrair novos participantes. O número total de contas na depositária atingiu 6,054 milhões, o que representa um crescimento de 5,6% no comparativo anual.
O número de investidores individuais, por sua vez, subiu 6,8%, alcançando 5,246 milhões de pessoas, indicando que mais brasileiros estão buscando investir em ativos financeiros, apesar das flutuações do mercado.
Desempenho do mercado de ações e futuros
Embora o volume financeiro de ações tenha sofrido uma leve queda no último mês, o mercado de futuros apresentou um desempenho positivo.
No segmento de futuros, que abrange contratos de juros, moedas e mercadorias, o volume médio diário registrou um crescimento de 3,2%, alcançando R$ 5,690 bilhões. Isso demonstra um aumento na negociação de ativos que refletem expectativas econômicas, como o mercado de juros, por exemplo.
Outro ponto positivo foi a receita média por contrato, que subiu 31,3% em relação ao ano passado, para R$ 2,044. Esse crescimento reflete a maior volatilidade no mercado e o aumento da demanda por instrumentos de hedge e especulação, típicos do mercado futuro.
Mudanças no número de empresas listadas
A quantidade de empresas listadas na B3 diminuiu ao longo de 2024, passando de 446 para 428. Esse declínio pode ser atribuído ao fechamento de capital de algumas empresas ou a decisões estratégicas de negócios, que incluem fusões e aquisições. Apesar disso, a B3 continua sendo a maior bolsa de valores da América Latina e uma das maiores do mundo em termos de capitalização de mercado.
Crescimento no mercado de renda fixa
No segmento de mercado de balcão, o desempenho foi bastante positivo. O volume de novas emissões de renda fixa subiu 20,6% em relação ao ano passado, atingindo R$ 1,384 trilhão. Este crescimento no mercado de dívidas reflete a procura por alternativas de investimento mais seguras, especialmente em tempos de incerteza econômica. Além disso, o estoque de títulos de renda fixa aumentou 30,5%, totalizando R$ 7,863 trilhões.
Esse movimento pode ser um reflexo de uma estratégia por parte dos investidores de se protegerem contra a inflação e as oscilações nos mercados acionários. O setor de renda fixa continua atraente devido à previsibilidade dos retornos e ao baixo risco associado.
Perspectivas para 2025
Com o fechamento de 2024 se aproximando, as expectativas para o mercado de ações e futuros da B3 permanecem cautelosas, mas otimistas, à medida que a economia brasileira enfrenta desafios, como a inflação e o crescimento moderado do PIB. O aumento no número de investidores e a expansão do mercado de renda fixa são indicadores de que a bolsa brasileira está se consolidando como um ponto de atratividade para aqueles que buscam diversificação em suas carteiras de investimentos.
Ao mesmo tempo, o número reduzido de empresas listadas pode sugerir um enfraquecimento das ofertas iniciais de ações (IPOs) na bolsa. O cenário para o próximo ano dependerá muito das condições econômicas internas e externas, incluindo a política monetária do Banco Central e as condições econômicas globais, que podem impactar diretamente o mercado de capitais brasileiro.
Em suma, a B3 segue demonstrando solidez no atrativo para investidores, com destaque para o crescimento de contas e emissores no mercado de renda fixa, enquanto o mercado acionário registra um movimento de retração nas negociações. O ano de 2025 pode trazer novos desafios, mas também novas oportunidades para aqueles que souberem navegar pelas condições econômicas do Brasil e do mundo.