Virada de mercado

3G Capital compra Skechers por US$ 10 bi e ações disparam 25%

A operação marca o retorno da gestora brasileira aos grandes negócios e tira da bolsa a terceira maior fabricante de calçados do mundo.

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Crédito: Depositphotos
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  • A 3G Capital comprou a Skechers por US$ 10 bilhões e retirará a empresa da bolsa após quase 30 anos.
  • A operação inclui bônus aos acionistas e preserva a gestão original da empresa.
  • O acordo amplia a presença global da 3G e pode impulsionar o varejo no Brasil.

A 3G Capital, dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, comprou a Skechers por cerca de US$ 9,4 bilhões. A operação encerra quase 30 anos da empresa na bolsa.

Além do valor em dinheiro, os acionistas poderão receber participação em uma nova holding. O anúncio fez as ações da Skechers dispararem 25% e marca o retorno da 3G aos grandes negócios com foco em crescimento global.

3G retorna aos grandes negócios com movimento bilionário

Depois de um período de silêncio, a 3G Capital voltou a movimentar o mercado. A gestora brasileira anunciou a aquisição da americana Skechers, terceira maior fabricante de calçados do mundo. A transação marca o retorno da empresa ao cenário das megafusões, com um investimento estimado em US$ 9,4 bilhões.

Conforme anunciado, os acionistas da Skechers receberão US$ 63 por ação, valor que representa um prêmio de 30% sobre o preço médio recente. Além disso, os investidores têm a opção de receber US$ 57 por ação e participação em uma nova empresa não listada, que será a holding controladora da marca.

Com isso, a Skechers deixará de ser negociada na bolsa de Nova York, encerrando uma jornada pública de quase 30 anos. A notícia foi recebida com entusiasmo: por volta das 11h, as ações subiram 25% na Nyse, refletindo a confiança no modelo de gestão da 3G.

Skechers: expansão internacional atrai capital brasileiro

A escolha da Skechers não foi aleatória. Fundada na Califórnia, a empresa cresceu de forma acelerada nas últimas décadas. Atualmente, seus produtos estão disponíveis em mais de 180 países, com mais de 60% das vendas fora dos Estados Unidos. Portanto, trata-se de uma marca com forte presença internacional.

Ademais, a Skechers conta com mais de 5 mil lojas, incluindo 15 no Brasil. Em 2023, seu faturamento ultrapassou US$ 9 bilhões, consolidando sua posição como a terceira maior marca de calçados do mundo, atrás apenas de Nike e Adidas.

Diante desse cenário, a 3G aposta no potencial de crescimento da marca em mercados emergentes. A estrutura global da gestora pode ampliar a eficiência operacional da Skechers, ao mesmo tempo que acelera sua expansão em novas regiões.

Gestão compartilhada mantém cultura e fortalece estratégia

Embora a 3G seja conhecida por reestruturações profundas, neste caso a estratégia inclui preservar a equipe atual. O CEO Robert Greenberg, o presidente Michael Greenberg e o COO David Weinberg continuarão liderando a empresa. Segundo comunicado, a decisão foi tomada para manter a identidade da marca e garantir uma transição eficiente.

Além disso, o próprio Greenberg destacou a confiança na parceria. Para ele, o histórico da 3G no fortalecimento de marcas globais trará ganhos de longo prazo. A combinação da experiência da gestora com a criatividade da Skechers promete impulsionar o crescimento sustentável da empresa.

Consequentemente, o modelo adotado favorece um equilíbrio entre inovação e eficiência. A 3G traz know-how financeiro e operacional, enquanto a Skechers mantém sua conexão com o público consumidor.

Perspectivas para o mercado e reflexo no Brasil

A compra da Skechers representa mais do que uma simples transação. Na prática, ela inaugura uma nova fase de atuação da 3G Capital, com foco renovado em marcas de consumo global. O movimento também mostra que o grupo brasileiro continua competitivo no cenário internacional, mesmo após anos sem grandes aquisições.

No Brasil, a transação pode impactar positivamente o setor de varejo. Com o respaldo da 3G, a Skechers tem espaço para crescer no país. Isso inclui a abertura de lojas, expansão de canais digitais e fortalecimento da presença da marca junto ao consumidor brasileiro.

Assim, a operação reforça o papel da 3G como catalisadora de transformação empresarial. Ao mesmo tempo, abre novas possibilidades para a marca e para seus parceiros ao redor do mundo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.