Crise da Americanas

A fatura chegou: 105 acionistas processam Americanas por prejuízo histórico

Ação coletiva exige indenizações por perdas com ações da varejista após escândalo contábil que abalou o mercado em 2023.

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  • Mais de 100 acionistas processam a Americanas exigindo indenizações por perdas com a fraude contábil
  • Ação coletiva vale para quem tinha ações até 12 de janeiro de 2023; prazo termina nesta quarta (21)
  • Grupo liderado pelo Ibraci cobra reparação por danos materiais e morais provocados pelo colapso dos papéis

A crise da Americanas, provocada pela revelação de uma fraude contábil bilionária em janeiro de 2023, agora ganha um novo e potente capítulo jurídico.

Um grupo de 105 acionistas entrou com uma ação civil pública contra a varejista, cobrando indenizações individuais por danos materiais e morais sofridos com o colapso das ações da empresa. O processo tramita na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e é conduzido pelo Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci).

A iniciativa representa uma tentativa concreta de reparação pelas perdas milionárias causadas pela manipulação dos balanços contábeis. Contudo, que mascaravam dívidas e inflavam os resultados da companhia.

O escândalo, revelado em 12 de janeiro de 2023, provocou um colapso imediato nas ações, que passaram de R$ 12 para R$ 2,72 em apenas um dia de pregão.

Para participar da ação, os investidores precisam comprovar que detinham ações da Americanas até o dia 12 de janeiro de 2023. Ou seja, antes da divulgação da fraude.

Ação coletiva

A adesão à ação coletiva pode ser feita até esta quarta-feira (21), e exige apresentação de notas de corretagem ou documentos que comprovem a posse dos papéis antes da data fatídica.

“O objetivo da ação é assegurar que os investidores que confiaram na empresa e foram surpreendidos por uma manobra contábil possam ser reparados pelas perdas significativas que sofreram”, afirmou o diretor jurídico do Ibraci, Gabriel de Britto Silva.

Segundo ele, o instituto busca responsabilizar a varejista e seus administradores pelas distorções nas informações financeiras que prejudicaram milhares de acionistas.

Além dos danos materiais causados pela desvalorização abrupta das ações, a ação também inclui danos morais. Argumentando, no entanto, que a quebra de confiança e o choque financeiro geraram impacto emocional nos investidores. Muitos deles, especialmente pessoas físicas, viram suas economias de anos evaporarem em questão de horas.

Mobilização

A ação civil pública representa uma das maiores mobilizações de investidores contra a Americanas desde o escândalo. E, portanto, pode abrir precedentes importantes para outros acionistas que ainda não acionaram a Justiça.

Ao optar por uma ação coletiva, o Ibraci busca agilizar o processo de responsabilização da empresa e aumentar a força de negociação com a Justiça e os credores.

O caso Americanas já figura entre os maiores escândalos corporativos do país. A fraude contábil, que ultrapassa os R$ 20 bilhões, gerou uma crise sem precedentes na companhia e culminou com a saída de executivos, processos administrativos, investigações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e uma longa batalha de recuperação judicial.

Enquanto a Americanas tenta se reestruturar e retomar a confiança do mercado, investidores lesados agora pressionam na Justiça por compensações que, se acolhidas, poderão gerar prejuízos bilionários à varejista em meio ao seu processo de sobrevivência.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.