Diluição assustadora

Como aumento de capital da Gol (GOLL4) afeta acionistas? Entenda impactos da diluição

Proposta pode diluir a participação dos acionistas de forma massiva

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As ações da Gol (GOLL4) estão ladeira abaixo nesta sexta-feira (9), após a companhia anunciar uma proposta de aumento de capital que poderá movimentar entre R$ 5,32 bilhões e R$ 19,25 bilhões. Por volta das 10:50, os papéis caíam 38,66%, cotados a R$ 0,73.

O movimento chama atenção pela sua dimensão sem precedentes: a Gol pretende emitir até 13,1 trilhões de ações ordinárias e 1,5 trilhão de ações preferenciais.

Dessa forma, a participação dos acionistas atuais será fortemente diluída. Entenda a seguir como isso afeta os investidores:

A proposta da Gol (GOLL4)

A proposta de aumento de capital tem como objetivo principal a redução drástica do endividamento da Gol, estimado em cerca de R$ 51 bilhões. Para isso, a empresa pretende:

  • Converter aproximadamente US$ 2,7 bilhões em ações
  • Eliminar ou reestruturar cerca de US$ 1,7 bilhão em dívidas antigas
  • Transformar US$ 850 milhões em obrigações com novas condições

Dessa forma, a proposta prevê que a emissão de até 14,6 trilhões de novas ações entre ordinárias e preferenciais, a preços simbólicos:

  • Ações ordinárias: a R$ 0,0002857142 por ação.
  • Ações preferenciais: a R$ 0,01 por ação.

Esse valor é bem abaixo do preço atual de mercado das ações da companhia, que fecharam em R$ 1,10 no dia 8 de maio de 2025.

Isso significa que, para os atuais acionistas, haverá uma diluição significativa nas suas participações, já que o volume de novas ações emitidas será imenso.

Leia mais: Gol vira o pesadelo do dia e derrete 31% com aumento de capital

Como seria a diluição para os acionistas?

Por exemplo, se um acionista da Gol (GOLL4) tem 1.000 ações e a empresa emite 14.600 ações novas, o número total de ações da Gol passará a ser muito maior, e a participação desse acionista nas decisões e nos lucros será reduzida.

Em vez de ter 1.000 ações de um total de, por exemplo, 10.000 ações, esse acionista passará a ter 1.000 ações de um total de 15.600 ações. Ou seja, sua participação caiu de 10% para cerca de 6,4%.

Acordo com credores destrava avanço do plano

Um fator decisivo para o anúncio foi o acordo fechado com a Whitebox Advisors, último credor relevante que ainda não havia dado aval ao plano de reestruturação.

A Whitebox representa investidores com títulos conversíveis em ações com vencimento em 2024.

“A companhia está satisfeita por ter alcançado este acordo com a Whitebox, pois garante o apoio de seu último principal stakeholder econômico e proporciona à companhia um caminho claro para a audiência de confirmação do plano totalmente consensual”, afirma a Gol.

Com esse consenso, a Gol (GOLL4) espera concluir o processo de recuperação judicial até junho de 2025, colocando fim a um capítulo turbulento da sua história recente.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.