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Ações Caixa Seguridade (CXSE3): Vale a pena investir hoje?

Menos de dois meses após o IPO, as ações da Caixa Seguridade acumulam alta de mais de 22%. Vale a pena investir? Confira análise.

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As ações da Caixa Seguridade (CXSE3) estrearam na bolsa de valores no dia 29 de abril e desde então acumulam alta de 22%. Contudo, analistas do mercado ainda enxergam potencial nas ações da companhia. Portanto, cinco bancos iniciaram a cobertura de suas ações.

Hoje, a companhia é a segunda maior seguradora do Brasil, e é controlada pela Caixa Econômica – que detém 82% dela. Dessa forma, possui 15% do market share, contando com 24% do mercado de bancassurance (bancos que vendem seguros).

Confira agora as análises e recomendações dos bancos.

Caixa Seguridade desvalorizada?

“Acreditamos que a Caixa Seguridade está subvalorizada, considerando o crescimento significativo dos lucros à frente, decorrente da melhor economia nos novos acordos comerciais com seus parceiros de seguros, a crescente contribuição de sua corretora totalmente controlada (Caixa Corretora) e a crescente, mas ainda baixa, penetração de diversos produtos de seguros. Apesar do forte desempenho desde o IPO, avaliamos que o mercado ainda está atribuindo um desconto excessivo em relação ao risco de execução”,

disseram analistas do Credit Suisse.

De acordo com avaliação do banco, a Caixa Seguridade possui um histórico de crescimento e rentabilidade muito bom. Isto é, a companhia possui um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) médio em torno de 30%. E, além disso, possui um CAGR (crescimento médio anual composto) dos lucros de 13% desde 2016.

Dessa forma, acreditam que a companhia pode crescer seu lucro em 33% durante 2021 a 2023. Portanto, o Credit Suisse pôs recomendação de compra para as ações da Caixa Seguridade, com preço-alvo em R$ 15. Isto é, um potencial upside de 22% com base no preço de fechamento desta segunda-feira.

Assim sendo, o preço-alvo do banco suíço fica bem próximo do preço-alvo do Bank of America, em R$ 17. De acordo com o banco, a Caixa Seguridade pode se beneficiar da maior penetração de produtos de seguros entre os clientes da Caixa. Além disso, cita a possibilidade da companhia criar sua própria corretora.

Dessa forma, o Bank of America possui uma expectativa de crescimento de lucro de 40% em 2021 e 2022. De acordo com analistas do banco, o crescimento de médio prazo deve se sustentar pela projeção de recuperação econômica e melhoria do emprego. Ademais, destacam que a Caixa Seguridade pode ser uma boa opção em termos de dividendos, com um dividend yield podendo ir a 9,3%.

O potencial de crescimento

Já para o BB Investimentos (BBAS3), além do potencial de entregar bons dividendos, a companhia possui potencial de crescimento. Contudo, destaca algo além disso: a característica defensiva de seu modelo de negócios.

De acordo com os analistas da instituição, o potencial de crescimento se deriva da baixa penetração relativa de produtos de seguros, previdência, capitalização e consórcio. Isto é, comparado a carteira de crédito da Caixa. Portanto, o “Programa Time de Vendas”, para os analistas, alinha os interesses da Caixa com os acionistas da Caixa Seguridade, em relação a expansão de market share.

“Além disso, com novos acordos operacionais com parceiros privados, a Caixa Seguridade passará a perceber maiores lucros para um mesmo volume de prêmios emitidos a partir deste ano, o que por si só contribui para o aumento do seu lucro líquido, ainda que as vendas se estabilizem, o que tende a ser refletido no volume de dividendos distribuídos pela companhia.”

disseram os analistas da instituição.

Assim sendo, o BB Investimentos possui uma recomendação de compra com preço-alvo de R$ 18,70 para as ações da Caixa Seguridade.

Preço-alvo nas alturas

Com o maior preço-alvo entre os bancos, o Morgan Stanley pôs o seu em R$ 20 por ação, com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado). Dessa forma, o preço-alvo sugere um potencial upside de 62% em relação ao preço de fechamento desta segunda-feira. Para o Morgan Stanley, as ações da Caixa Seguridade são atrativas para apostar no setor de seguros e financiamento no Brasil.

Além disso, os analistas do banco afirmam que ela está bem posicionada para capturar o forte crescimento do setor. De acordo com eles, as iniciativas de vendas e a reestruturação devem acarretar em um crescimento mais rápido e lucrativo. Portanto, o Morgan Stanley separou três vias de crescimento principais para esse crescimento. São eles: (i) estabelecer uma melhor relação com as parcerias já existentes; (ii) permitir que a companhia adentre novos segmentos de produtos; (iii) e melhorar o modelo de taxas de corretagem e aumentar a exposição à corretagem de seguros.

“Acreditamos que a Caixa Seguridade pode acelerar o crescimento elevando as vendas cruzadas para clientes da Caixa Econômica Federal. De fato, apenas 8% dos clientes da Caixa possuem um produto de seguro, em comparação com 30% a 40% nos bancos do setor privado. Essa baixa penetração de clientes resultou no crescimento da Caixa Seguridade muito mais rápido do que a indústria nos últimos três anos [pela base de comparação mais baixa]”

diz o banco.

E os riscos da Caixa Seguridade?

De acordo com o Itaú BBA (ITUB4), que possui um preço-alvo de R$ 16, os maiores riscos da companhia são relacionados à governança corporativa. E, além disso, a uma possível intervenção política da estatal.

“Uma mudança na gestão e na estratégia pode levar o banco a apostar na venda de produtos bancários, em detrimento dos produtos de seguros. A redução do apetite de crédito nos segmentos imobiliário e folha de pagamento pela CEF pode afetar o crescimento dos produtos hipotecários e prestamistas”

disseram analistas do Credit Suisse.

Contudo, para o Bank of America, o desconto excessivo de 14% ante os pares é maior que isso.