Argentina assume a liderança e supera Brasil em juros reais

Com a elevação da Selic, o Brasil ocupa a segunda posição global em juros reais, enquanto a Argentina surpreende e lidera o ranking.

ea8c24b1 argentina23
ea8c24b1 argentina23
  • A Argentina ultrapassou o Brasil e agora lidera o ranking de juros reais com 9,36%, impulsionada por uma inflação mais controlada e taxas atrativas
  • Com a Selic a 13,25%, o Brasil ocupa a segunda posição com juros reais de 9,18%, superando a média global
  • Cenários indicam que o Brasil pode superar a Argentina em 2025 se a Selic for aumentada, mas uma leve elevação pode fazer o país cair para a terceira posição

O Brasil continua figurando entre os países com os juros reais mais altos do mundo, ocupando a segunda posição no ranking global, atrás apenas da Argentina, conforme levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo.

A taxa de juros real brasileira, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic para 13,25% ao ano, foi de 9,18%. Dessa forma, o que coloca o país em uma posição de destaque, especialmente em um cenário global onde a média de juros reais nas economias analisadas é de apenas 1,34%.

Liderança para Argentina

O destaque, porém, vai para a Argentina, que conseguiu ultrapassar o Brasil e assumir a liderança no ranking com uma taxa de juros real de 9,36%. Esse feito é uma virada surpreendente para o país, que, em poucos meses, saiu de juros reais negativos para se tornar o país com a maior rentabilidade ajustada pela inflação.

A alta da taxa de juros reais da Argentina é impulsionada por uma inflação projetada mais baixa para 2025.
Além do aumento das taxas de juros que tornaram o país mais atrativo para investidores internacionais.

Além do Brasil e da Argentina, completam o top 5 do ranking global de juros reais a Rússia (8,91%), o México (5,52%) e a Indonésia (5,13%). Esses números indicam um cenário onde poucos países mantiveram ou aumentaram suas taxas de juros nos últimos meses. Contudo, em contraste com a maioria das economias globais, que adotaram políticas de corte de juros para estimular a atividade econômica.

Taxas de juros

De acordo com o levantamento, o Brasil poderia ultrapassar a Argentina no ranking em 2025, caso o país continue a elevar suas taxas de juros, como especulado em cenários alternativos.

Se a Selic brasileira subir 1,25 ponto, o juro real alcançaria 9,44%. Dessa forma, ultrapassando os 9,36% da Argentina. Por outro lado, se o aumento fosse de apenas 0,50 ponto percentual, o Brasil cairia para a terceira posição. Assim, ficando atrás da Argentina e da Rússia.

O estudo também revela dados curiosos sobre a situação de juros nominais em diversos países. Em termos nominais, o Brasil ficou em quarto lugar, atrás de países como a Turquia (45%), a Argentina (32%) e a Rússia (21%).

Por outro lado, na parte inferior da tabela, países como China (1,14%) e Estados Unidos (1,12%) possuem taxas de juros bem mais baixas. Dessa forma, o que reflete as diferentes abordagens dos bancos centrais para o controle da inflação e a promoção do crescimento econômico.

Juros negativos

Outro dado relevante da pesquisa é que 12 economias analisadas apresentam juros reais negativos, ou seja, suas taxas de juros não cobrem a inflação. O Japão é um dos países com juros reais negativos mais expressivos. No entanto, com -1,32%, seguido pela Turquia, que apresenta -6,0%.

Esse cenário global de juros elevados e negativos reflete as diversas abordagens que os países adotam para tentar controlar a inflação. E, assim, estimular o crescimento econômico.

Enquanto alguns países, como o Brasil e a Argentina, recorrem ao aumento das taxas de juros para combater a inflação, outras economias optam por manter ou reduzir suas taxas para fomentar a recuperação econômica em meio a desafios globais.

O ranking dos maiores juros reais do mundo mostra uma clara divisão entre países com políticas monetárias restritivas, como o Brasil e a Argentina. E, ainda, outros com políticas mais flexíveis, que buscam equilibrar crescimento e estabilidade.

A dinâmica de taxas de juros no Brasil e na Argentina, bem como as projeções para o futuro, serão acompanhadas de perto. Tanto por investidores quanto por economistas, pois podem ter um grande impacto nas economias desses países e em suas interações com o mercado global.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ