
O Banco Central (BC) confirmou que seus próprios sistemas não foram atingidos pelo ataque hacker, que desviou ao menos R$ 800 milhões de contas de oito bancos, cooperativas e instituições de pagamento. Segundo a autarquia, o funcionamento geral do Pix permanece normal.
A C&M Softwares, empresa responsável por conectar instituições financeiras de pequeno porte ao sistema Pix do BC, foi o principal alvo do ataque, ocorrido na última quarta-feira (2).
O episódio expôs uma possível brecha de segurança no sistema da C&M e evidenciou também falhas nos controles internos de algumas das instituições afetadas.
Restabelecimento sob rigoroso monitoramento
Após a investigação inicial, o Banco Central autorizou, nesta quinta-feira, o restabelecimento dos serviços da C&M, porém sob um “regime de produção controlada”.
A empresa emitiu nota oficial garantindo a adoção imediata de todas as medidas previstas em seus protocolos de segurança, incluindo reforço nos controles internos, auditorias independentes e comunicação direta com os clientes impactados.
“A C&M Softwares está colaborando integralmente com o Banco Central e com a Polícia Civil de São Paulo, respeitando o sigilo das investigações em curso”, diz o comunicado.
Impacto e medidas emergenciais
O incidente levou o Banco Central a determinar o desligamento imediato das conexões da C&M com o sistema Pix, o que deixou temporariamente 22 instituições financeiras sem acesso ao serviço.
Esses clientes precisarão buscar alternativas para manter a operação do Pix enquanto a situação não se normaliza completamente.
Fontes próximas à investigação indicam que parte dos recursos desviados já foi bloqueada antes da conclusão da operação, e outra parcela significativa foi recuperada por meio dos mecanismos de segurança do Pix.
Ainda assim, o caso levanta um alerta sobre a importância da segurança cibernética em todo o ecossistema financeiro, especialmente para instituições menores que dependem de terceiros para se conectar aos sistemas do Banco Central.
Ações futuras do Banco Central
O BC reforçou que está atuando com rigor para identificar e punir quaisquer falhas, sejam dos prestadores de serviços como a C&M, ou das instituições financeiras envolvidas. “A segurança do sistema financeiro é prioridade, e todos os esforços estão sendo feitos para evitar novos incidentes”, afirmou o regulador.