Em 2023, o Banco do Brasil se destacou como a instituição bancária com o melhor desempenho no Ibovespa (IBOV), registrando um retorno total cerca de 30 pontos percentuais superior ao do Itaú Unibanco, o maior banco do país em termos de ativos. Analistas preveem que essa discrepância de desempenho continuará ao longo do ano atual. Os acionistas do Banco do Brasil obtiveram um retorno de 76% no ano passado, contrariando as previsões equivocadas dos investidores que temiam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pudesse afetar negativamente o desempenho do segundo maior banco do país ao utilizá-lo como uma ferramenta para estimular a economia.
Expectativas em relação ao Governo Lula
As promessas populistas de campanha do atual presidente do Brasil geraram receio por parte dos investidores de que o BB, com R$ 2,2 trilhões em ativos, pudesse ser excessivamente utilizado para financiar programas sociais e conceder empréstimos subsidiados. No ano de 2023, o primeiro ano do terceiro mandato de Lula, o valor de mercado do Banco do Brasil aumentou em impressionantes R$ 59 bilhões, em grande parte devido à sua posição como principal financiador do agronegócio. O boom no setor agrícola no ano anterior contribuiu para o aumento dos lucros e a redução da inadimplência do banco, enquanto as elevadas taxas de juros de dois dígitos impulsionaram a carteira de crédito.
O Banco do Brasil anunciou resultados financeiros no quarto trimestre que superaram as expectativas, tanto em termos de lucro líquido ajustado quanto de retorno sobre o capital. Em fevereiro, o conselho da estatal optou por aumentar a porcentagem dos lucros a serem distribuídos aos acionistas neste ano, elevando-a de 40% para 45%.
Resultado Banco do Brasil 4T23: Lucro de R$ 9 bilhões impressiona?
por Leonardo Bruno 12/02/2024
O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o quarto trimestre de 2023 (4T23) com resultados que superaram as expectativas do mercado, reportando um lucro líquido ajustado de R$ 9,442 bilhões, uma alta de 4,8% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho supera as projeções de analistas, que esperavam, em média, um lucro de R$ 9,12 bilhões, de acordo com dados da LSEG.
O excelente resultado do Banco do Brasil no último trimestre do ano foi influenciado por uma série de fatores positivos. Entre eles, destaca-se o bom desempenho comercial e o crescimento das carteiras de crédito e da tesouraria, que impactaram de maneira significativa a margem financeira bruta. Além disso, o banco viu um aumento nas receitas de prestação de serviços, contribuindo ainda mais para o resultado positivo. O lucro contábil também apresentou crescimento, alcançando R$ 8,862 bilhões no 4T23, um aumento de 3% em relação ao ano anterior.
Notícias Relacionadas
Mercado e Política
O jogo virou? Quem são os Ministros de Lula que criticaram o dólar alto no governo Bolsonaro
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o real se destacou negativamente ao figurar entre as moedas que mais perderam valor em relação ao dólar. Dados apontam que a moeda brasileira foi a sétima com pior desempenho no mundo naquele período, superando apenas economias fragilizadas como Sudão do Sul, Etiópia, Nigéria, Egito, Gana e […]
Expansão estratégica
Fleury (FLRY3) compra rede Confiance e expande sua atuação no interior paulista
Fleury (FLRY3), um dos maiores grupos de medicina diagnóstica do Brasil, anunciou nesta quinta-feira (28) a aquisição de 100% das quotas da Confiance Medicina Diagnóstica, uma rede de laboratórios com forte atuação em Campinas (SP) e em seis municípios da região. A transação, avaliada em R$ 130 milhões, reforça a estratégia do Fleury de expandir […]
Mudanças
Depósitos judiciais via Pix já movimentam R$142 milhões no BB
Banco do Brasil já recebe depósitos judiciais via Pix e projeta movimentação de R$1 bi por mês O Banco do Brasil (BB) deu um passo significativo na modernização dos depósitos judiciais ao implementar, neste mês, o uso do Pix como meio de pagamento. A medida abrange 14 Tribunais de Justiça estaduais e os 24 Tribunais […]
Impacto fiscal e dívida pública
Pacote fiscal do governo não atende expectativas e deixa desafio da dívida pública intacto, afirmam economistas
O pacote fiscal detalhado nesta quinta-feira (28) pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) gerou reações mistas no mercado. Apesar de atingir a meta de R$ 70 bilhões em ajustes no próximo biênio, economistas avaliaram que as medidas anunciadas têm impacto limitado e não alteram significativamente a trajetória da dívida pública […]
O desempenho do BB
O retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL ou ROE) registrou uma leve queda, ficando em 22,5% no período de outubro a dezembro de 2023, comparado ao mesmo período de 2022. Por outro lado, a margem financeira bruta teve um incremento substancial de 20,1%, totalizando R$ 25,769 bilhões. As receitas de prestação de serviços também apresentaram crescimento, com um aumento de 3,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, somando R$ 8,7 bilhões no 4T23.
A taxa de inadimplência apresentou um leve aumento, chegando a 2,9% no quarto trimestre, o que representa uma alta de 0,3 ponto percentual em um ano. As provisões para devedores duvidosos também aumentaram significativamente, registrando uma alta de 52,8% em comparação ao quarto trimestre de 2022.
Distribuição de Proventos
O Banco do Brasil anunciou a aprovação de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP), totalizando cerca de R$ 2,38 bilhões em proventos relativos ao quarto trimestre de 2023. Os acionistas com posição acionária até 21 de fevereiro de 2024 terão direito ao provento, com os valores sendo atualizados pela taxa Selic até a data do pagamento.
A carteira de crédito ampliada do banco também apresentou crescimento robusto, totalizando R$ 1,108 trilhões no 4T23, um aumento de 10,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado, principalmente, pelo desempenho positivo do crédito consignado e das operações de capital de giro e investimento.
Para o ano de 2024, o Banco do Brasil divulgou projeções otimistas, esperando um lucro líquido ajustado entre R$ 37 e R$ 40 bilhões. As expectativas incluem ainda um crescimento da margem financeira bruta de 7% a 11% e da carteira de crédito de 8% a 12%. As receitas de prestação de serviços também são previstas para crescer entre 4% e 8%.
