Bolsonaro segue na UTI após cirurgia intestinal: Quadro é estável, mas sem previsão de alta

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília. Ele passou por uma cirurgia delicada no último dia 13 de abril para corrigir uma obstrução intestinal, um problema recorrente desde o atentado que sofreu em 2018.

De acordo com o boletim médico mais recente, divulgado nesta sexta-feira (26), o quadro clínico de Bolsonaro é considerado estável. A equipe médica informou que ele não apresentou novos picos de pressão arterial, um sinal positivo. No entanto, exames laboratoriais mostraram algumas alterações no fígado, e os médicos já adotaram medidas para controlar essa situação.

Para monitorar a recuperação, o ex-presidente realizou tomografias do tórax e do abdômen na quinta-feira (25). Os exames indicaram que a evolução pós-operatória está ocorrendo normalmente, sem sinais de complicações que exijam novas intervenções cirúrgicas. Apesar da estabilidade, Bolsonaro continua em jejum oral, recebendo nutrientes apenas pela veia (nutrição parenteral exclusiva). Ainda não há previsão de quando ele poderá deixar a UTI, e a recomendação médica expressa é de que ele não receba visitas neste momento delicado.

Essa já é a sexta cirurgia pela qual Bolsonaro passa como consequência direta da facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018. O ataque causou danos significativos ao seu sistema digestivo, levando a repetidos episódios de obstrução intestinal que exigem acompanhamento médico constante e, por vezes, intervenções cirúrgicas como a atual.

Intimação Polêmica na UTI

A internação de Bolsonaro ganhou um contorno político inesperado. Mesmo estando na UTI, ele foi oficialmente intimado por uma oficial de Justiça. A ordem partiu diretamente do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo da intimação é o processo no qual Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado.

A entrega do documento ocorreu dentro do quarto da UTI, um fato incomum. O próprio ex-presidente fez questão de registrar o momento em vídeo, que foi divulgado em suas redes sociais. Nas imagens, Bolsonaro demonstra clara irritação com a presença da oficial, a questiona e chega a comparar a ação do STF ao regime nazista, argumentando que estava hospitalizado e em recuperação.

O STF, por sua vez, justificou a decisão de prosseguir com a intimação mesmo com Bolsonaro internado. Em nota, o tribunal explicou que, embora tenha considerado adiar o ato por causa da hospitalização, a situação mudou. A Corte apontou que a participação de Bolsonaro em uma live transmitida de dentro do hospital e uma entrevista concedida ao SBT indicavam que ele tinha condições de receber a intimação. Curiosamente, a live mencionada pelo STF contou com a presença dos filhos do ex-presidente, Flávio e Eduardo Bolsonaro, e do ex-piloto Nelson Piquet, contrariando a recomendação médica de não receber visitas durante a recuperação na UTI.