A Bybit está tomando medidas drásticas após o que se tornou conhecido como o maior hack de criptomoedas da história, que resultou no roubo de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,98 bilhões) em Ethereum (ETH).
A exchange anunciou uma recompensa de 10% do valor recuperado para aqueles que ajudarem a recuperar os fundos perdidos. Essa oferta está disponível para empresas e indivíduos que possam fornecer informações úteis, e a corretora até disponibilizou um e-mail de contato para interessados.
Este roubo foi atribuído ao Grupo Lazarus, uma organização notoriamente conhecida por realizar atividades de hacking e fraudes financeiras, utilizando estratégias de phishing para alcançar seus objetivos. A identificação dos criminosos foi feita por um pesquisador de segurança, que recebeu uma recompensa de 50 mil ARKM (aproximadamente US$ 34 mil ou R$ 193,8 mil) da Arkham, uma empresa que analisa dados do setor, por suas descobertas.
O que ocorreu durante o ataque?
O cofundador e CEO da Bybit, Ben Zhou, detalhou que o invasor conseguiu acessar a carteira fria de ETH ao explorar uma interface e uma URL “mascaradas”. Essa técnica enganou os assinantes, que acabaram aprovando sem perceber uma transação maliciosa. Esse movimento permitiu que o hacker alterasse a lógica do contrato inteligente e assumisse o controle da carteira, esvaziando-a de seus fundos.
Após o hack, o mercado de criptomoedas enfrentou forte volatilidade. No início, muitos especularam que a Bybit precisaria recomprar ETH na proporção de 1:1 para compensar os usuários afetados, o que poderia pressionar os preços da criptomoeda para cima.
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Contudo, Zhou esclareceu que essa não seria a estratégia adotada pela exchange, pois eles já tinham um empréstimo-ponte que cobria cerca de 80% do valor perdido. Além disso, não havia planos imediatos de comprar grandes quantidades de Ethereum, o que ajudou a acalmar as preocupações em relação a uma potencial pressão de venda no mercado, causada pelo hacker.
No entanto, essa combinação de incerteza e uma crescente aversão ao risco entre os investidores resultou em um clima pessimista no mercado.
Os desafios enfrentados pelos hackers
Os especialistas acreditam que os hackers podem enfrentar grandes dificuldades em se desfazer rapidamente das moedas roubadas. Isso se deve, em parte, às características de rastreamento inerentes à blockchain, que permite o monitoramento de transações, bem como à falta de liquidez suficiente no mercado que tornaria difícil a venda de tais quantidades gigantescas de Ether sem levantar suspeitas.
A Bybit fez um apelo à comunidade, na esperança de que a colaboração possa resultar na recuperação de uma parte dos fundos perdidos. A iniciativa não apenas busca incentivar a participação, como também destaca a importância de um sistema mais robusto de segurança e prevenção para evitar que incidentes como esse se repitam no futuro.
