
- Petrobras planeja iniciar exploração com 8 poços na Foz do Amazonas, aguardando aval do Ibama.
- Chambriard afirma que não há futuro para a estatal sem novas frentes de exploração.
- Estatal reforça plano ambiental com simulações, bases operacionais e apoio técnico local.
Ao completar um ano à frente da Petrobras, Magda Chambriard reafirmou a importância da exploração de petróleo na Foz do Amazonas como peça-chave para garantir o futuro da estatal. A empresa aguarda aval final do Ibama para iniciar as perfurações.
Petrobras mira o futuro com nova fronteira exploratória
A Petrobras considera a Margem Equatorial um território estratégico. A área se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e representa, segundo especialistas, uma das últimas grandes fronteiras do petróleo no mundo. Para Magda Chambriard, “não existe futuro para uma empresa de petróleo sem exploração”.
Por isso, o foco da estatal está na Foz do Amazonas, onde pretende perfurar inicialmente oito poços. No total, o plano quinquenal da empresa prevê cerca de 30 perfurações em toda a Margem Equatorial. Segundo a presidente, esse movimento é essencial para sustentar a capacidade produtiva da Petrobras nas próximas décadas.
A executiva destacou que a estatal já investiu em bases operacionais no Pará e no Amapá. A meta é garantir segurança ambiental e preparar a companhia para qualquer eventualidade. A infraestrutura foi montada mesmo antes da licença definitiva ser concedida.
Essa preparação reforça a convicção da empresa de que é possível conciliar desenvolvimento energético com responsabilidade ambiental. E, de acordo com Chambriard, esse equilíbrio será o alicerce da Petrobras do futuro.
Avanços ambientais e pressão por licença
Na última segunda-feira (19), o Ibama aprovou o plano da Petrobras para proteção de fauna afetada por possíveis vazamentos. A decisão foi considerada um avanço relevante, embora não represente ainda a licença definitiva para perfuração.
Mesmo assim, o sinal é visto como positivo. Para a Petrobras, o parecer do Ibama representa um reconhecimento do esforço técnico e logístico empregado na preparação do projeto. Além disso, aproxima a empresa do início efetivo das operações.
Chambriard ressaltou que a estatal já realizou simulações de vazamento e implementou “o maior plano de emergência individual” para águas profundas no Brasil. Isso inclui ações de resposta imediata, embarcações de contenção e equipes de monitoramento nos dois estados.
Ainda segundo a presidente, houve também fiscalização das unidades de proteção à fauna por parte do Instituto Amapaense, responsável pelo controle ambiental local. Esses movimentos demonstram o compromisso da companhia com padrões ambientais elevados.
Uma aposta política e técnica
O posicionamento firme de Magda Chambriard ocorre em meio a um ambiente político sensível. Parte do governo defende uma transição energética mais acelerada, com ênfase em fontes renováveis. No entanto, a presidente da Petrobras sustenta que o petróleo ainda será necessário por várias décadas.
Para ela, abandonar a exploração seria “abrir mão de protagonismo energético e soberania nacional”. A afirmação reforça a visão de que o Brasil não pode deixar de aproveitar seu potencial antes de migrar totalmente para uma matriz limpa.
Com experiência técnica consolidada e liderança firme, Chambriard aposta no diálogo com os órgãos ambientais. Ela afirma que “respeitar o rito técnico é fundamental”, mas acredita que o projeto está próximo de se concretizar.
Nesse contexto, a Petrobras tenta encontrar uma rota de equilíbrio. Ao mesmo tempo em que investe em energias renováveis, a estatal mantém o foco em reservas com alto potencial de retorno. A Foz do Amazonas é, nesse sentido, peça central do plano estratégico.