- Investidores otimistas com aumento das exportações de carne suína brasileira para a China devido às tensões entre China e União Europeia.
- Ações da BRF subiram 4,59% na B3, atingindo R$ 20,04 por ação; Marfrig também registrou alta de 4,45%.
- China iniciou investigação antidumping sobre carne suína europeia, principal fornecedora ao mercado chinês.
- Exportações brasileiras para China diminuíram este ano, mas possível redução nas importações da UE pode beneficiar o Brasil.
- Empresas como BRF, Seara (JBS) e Aurora Alimentos são principais exportadoras brasileiras de carne suína.
- Margens das empresas melhoraram devido à queda nos preços dos insumos para ração animal.
- Indústrias brasileiras diversificando mercados externos diante da desaceleração na demanda chinesa.
Investidores que aplicam em ações da BRF demonstraram otimismo diante da recente escalada de tensões entre China e União Europeia, que pode abrir novas oportunidades para o aumento das exportações de carne suína brasileira para o mercado chinês. Este movimento impulsionou os papéis ordinários da BRF na B3, com valorização de 4,59% para R$ 20,04 por ação até às 16h. A Marfrig também registrou alta significativa, com um aumento de 4,45% em suas ações.
A China iniciou esta semana uma investigação antidumping (instrumento de defesa comercial, funciona como uma proteção da indústria doméstica, aplicadas quando um determinado país exporta seus produtos a um preço inferior aquele comercializado no seu mercado interno) contra as importações de carne suína da União Europeia, seu maior fornecedor neste segmento. Esta medida pode potencialmente reduzir a disponibilidade de carne suína europeia no mercado chinês, abrindo espaço para que o Brasil aumente suas exportações para suprir essa demanda.
Embora as exportações brasileiras de carne suína para a China tenham enfrentado queda este ano, as empresas como BRF, Seara (do grupo JBS) e Aurora Alimentos estão posicionadas como as principais exportadoras brasileiras desse produto. Além disso, essas empresas têm se beneficiado de margens melhores devido à redução nos preços dos insumos para ração animal, como milho e farelo de soja.
Com a desaceleração na demanda chinesa, as indústrias brasileiras têm diversificado seus mercados de exportação, buscando mitigar riscos e explorar novas oportunidades de crescimento externo.
Movimentos Recentes
No início de maio, a BRF anunciou que juntamente com a Saudi Agricultural and Livestock Investment Company (Salic), empresa que detém 11,03% do capital BRF, firmaram um contrato de fornecimento estratégico de produtos.
De acordo com comunicado, o contrato permite que a Salic compre até 200 mil toneladas de produtos por ano sempre e quando haja um estado de emergência alimentar na Arábia Saudita. O preço a ser pago será determinado de acordo com os preços de mercado ofertados pela Companha a clienteschave à época da aquisição de produtos pela SALIC.
A obrigação da Companhia de vender produtos à SALIC fica condicionada, dentre outros, à existência de plantas habilitadas para exportação à Arábia Saudita, de modo a não prejudicar o fornecimento de produtos da BRF a outros clientes naquele país.