
- Reag dissolveu o conselho consultivo após renúncia em bloco dos membros.
- O Conselho de Administração passa a exercer as atribuições.
- Decisão ocorre logo após a operação Carbono Oculto, ampliando pressões sobre governança.
A Reag Capital Holding (REAG3) anunciou, por fato relevante, a dissolução de seu conselho consultivo. O movimento ocorre logo após a renúncia da totalidade dos membros do colegiado, que não tinha caráter estatutário. O Conselho de Administração da companhia absorverá as funções de aconselhamento.
A medida chega em um momento delicado: a Reag foi uma das empresas implicadas na Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada, que investiga suposto uso de estruturas financeiras para ocultação de patrimônio ligado ao crime organizado.
Conselho consultivo deixa de existir
Segundo a companhia, a extinção do conselho consultivo foi consequência direta da renúncia coletiva dos integrantes.
O colegiado era um órgão auxiliar e não tinha poder deliberativo, mas funcionava como instância de aconselhamento estratégico da holding.
Agora, todas as atribuições passarão a ser exercidas pelo Conselho de Administração, que concentra o poder estatutário.
Desse modo, a Reag comunicou ao mercado que essa transição busca dar maior eficiência à governança em meio ao novo cenário.
Repercussões no mercado
O anúncio acontece em um momento de forte escrutínio regulatório e pode reforçar a percepção de fragilidade na estrutura de governança da empresa.
Além disso, para investidores e credores, a dissolução levanta questionamentos sobre transparência e estabilidade em um período de investigações intensas.
Portanto, ainda que a mudança não altere formalmente o estatuto, a perda de um espaço dedicado ao aconselhamento independente pode aumentar a pressão por explicações adicionais sobre as práticas internas da holding.
Relação com a Carbono Oculto
O fato de a decisão vir poucos dias após a operação da PF reforça a leitura de que a Reag busca ajustar sua governança diante da exposição pública.
Ademais, o mercado segue atento a eventuais novos desdobramentos, especialmente no que diz respeito à responsabilização de empresas do setor financeiro.
Por fim, as autoridades continuam analisando documentos e movimentações para mapear a extensão das conexões entre instituições financeiras e atividades de lavagem de dinheiro.