Identificar o próprio perfil auxilia na criação da carteira de investimentos
Saber identificar o próprio perfil de investidor é uma forma de garantir escolhas mais certeiras na hora de decidir como, quando e onde investir. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige, por meio da Instrução 539, que os distribuidores de produtos financeiros se certifiquem da compatibilidade entre investimentos e investidores antes de realizar ofertas.
De acordo com a norma da CVM, os integrantes do sistema de distribuição de investimentos devem checar o alinhamento de produtos, serviços e operações à situação financeira, aos interesses e ao conhecimento da pessoa interessada em investir.
Ao abrir uma conta em uma plataforma de investimento, é esperado que o novo cliente responda um questionário a fim de identificar qual é o seu perfil de investidor: conservador, moderado ou arrojado.
Segundo a Comissão, a identificação possibilita analisar a tolerância do investidor ao risco. Destacando que quanto maior a chance de retorno financeiro de um investimento, mais arriscado ele é, o órgão esclarece que conhecer o próprio perfil ajuda a nortear a escolha sobre quais aplicações devem ser realizadas.
Regras adicionais
Em fevereiro deste ano, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) publicou o documento Regras e Procedimentos de Suitability, que traz informações adicionais à instrução 539 da CVM.
Elaborada em consonância com a Comissão, o documento detalha quais informações sobre os clientes devem ser coletadas pelas distribuidoras de produtos financeiros. Para informar o perfil do investidor com maior precisão, além da tolerância ao risco, é necessário avaliar a necessidade de liquidez.
Principais aspectos dos investimentos
A Anbima orienta que, antes de investir, é necessário compreender três aspectos fundamentais dos investimentos: segurança, rentabilidade e liquidez.
A segurança está relacionada ao risco de perda financeira inerente à aplicação. Como observa a CVM, investir implica riscos. Em geral, produtos financeiros com maior chance de rentabilidade são também mais propensos ao risco.
É possível afirmar que quando se fala em investimento, a segurança e a rentabilidade são inversamente proporcionais. Já a liquidez significa a facilidade de resgatar o valor aplicado em espécie.
Como identificar o perfil de um investidor
Com base no conhecimento dos principais aspectos dos produtos financeiros, o investidor pode definir prioridades na hora de aplicar o dinheiro e, assim, identificar qual é o seu perfil.
- conservador: prioriza a segurança em relação à rentabilidade. De acordo com a Anbima, quem também busca investimentos com maior liquidez deve ser considerado dentro desse perfil;
- arrojado: é o oposto do conservador, uma vez que privilegia a possibilidade de um alto retorno financeiro independentemente dos riscos ou da liquidez;
- moderado: busca conciliar os dois aspectos em busca de aumentar a chance de retorno financeiro, porém sem se arriscar demais.
Tanto a Anbima quanto a CVM orientam que o conceito de “perfil de investidor” auxilia a filtrar quais aplicações são mais compatíveis. No entanto, a regra não deve ser inflexível, uma vez que uma das principais estratégias do investidor é apostar na diversificação.
Na hora de criar uma carteira de investimentos, o ideal é usar o perfil como baliza para estabelecer proporções entre diferentes produtos financeiros — os títulos de renda fixa, considerados mais conservadores, e os ativos de renda variável, divididos entre moderados e arrojados.