- O mercado espera a Selic a 15%, inflação de 4,99%, PIB com leve alta de 2,02%, e o dólar a R$ 6,00, com o Ibovespa variando entre 110 mil e 140 mil pontos
- O mercado errou em 2024, com o Ibovespa caindo 10,36%, a Selic fechando em 12,25% e a inflação atingindo 4,83%, superando as expectativas
- Nos últimos anos, o mercado errou consistentemente as previsões para PIB, dólar e inflação, com diferenças significativas entre as estimativas e os resultados reais
O mercado financeiro começa cada ano com as previsões para o câmbio, a inflação, a taxa de juros e o PIB, mas uma análise das estimativas feitas nos últimos anos revela um histórico de grandes acertos e erros.
Em um levantamento realizado, com base nos dados do Banco Central (Boletim Focus) e do Bank of America (LatAm Fund Manager Survey), revelou que a taxa de erro das previsões econômicas é impressionante.
Para 2025: O que os economistas esperam?
As previsões para 2025 indicam que o mercado está projetando um cenário com juros elevados e inflação ainda fora da meta. Para o Ibovespa, 91% dos especialistas esperam que o índice fique entre 110 mil e 140 mil pontos, com apenas 9% apostando em uma marca superior a 140 mil.
A expectativa é que a taxa de juros Selic permaneça alta, atingindo 15%, o que deve pressionar o crescimento econômico. O PIB deve ter uma leve alta de 2,02%, e o dólar deve se manter estável, com uma cotação de R$ 6,00.
A inflação, medida pelo IPCA, está projetada para 4,99%. No entanto, ainda distante da meta estabelecida pelo governo, de 3%.
Erros em 2024: As previsões que não se concretizaram
Quando olhamos para o ano de 2024, vemos que as previsões não acertaram a maior parte dos indicadores. O Ibovespa foi projetado para ficar acima de 140 mil pontos por 48% dos analistas, mas teve queda de 10,36%, fechando a 120.283 pontos.
A taxa de juros também foi mais alta do que o esperado, com previsão de 9%, mas os juros terminaram 2024 em 12,25%. Quanto ao PIB, a estimativa inicial era de alta de 1,59%, mas a projeção de crescimento ficou em 3,1% até setembro, o que indica um possível erro nas previsões.
A variação do dólar também surpreendeu, pois os analistas apostavam em R$ 5,00, mas a moeda fechou o ano em R$ 6,18, um aumento de 27,3%. A inflação, prevista para 3,90%, também se mostrou mais alta, com o IPCA alcançando 4,83%.
O que o mercado errou em 2023, 2022 e 2021?
Analisando os anos anteriores, a taxa de erro nas previsões é evidente. Em 2023, o mercado previu o Ibovespa entre 110 mil e 120 mil pontos, mas a Bolsa surpreendeu, fechando o ano com alta de 22,28%, a 134.185 pontos.
A previsão para o PIB era de crescimento de 0,78%, mas o resultado foi de 2,9%. O dólar foi estimado em R$ 5,28, mas fechou o ano em R$ 4,85. E, embora a previsão da inflação fosse de 5,36%, o IPCA ficou em 4,62%.
Em 2022, o mercado também errou em diversas projeções, como no valor do dólar, que estava estimado em R$ 5,60, mas terminou o ano em R$ 5,27. O PIB foi previsto para crescer 0,28%, mas o crescimento real foi de 2,9%. E, no mesmo ano, a inflação superou a estimativa de 5,03%, atingindo 5,79%.
No ano de 2021, o mercado previu um PIB de 3,41% e um dólar a R$ 5,00, mas o crescimento econômico foi de 4,8% e a moeda americana fechou a R$ 5,57. A projeção para a Selic era de 3,25%, mas ela terminou o ano em 9,25%.