Empresas estatais brasileiras desembolsaram até R$ 83,45 milhões para financiar a cúpula do G20 e o festival Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, apelidado de “Janjapalooza”, em referência à participação ativa da primeira-dama Janja Lula da Silva na organização dos eventos. Os números foram revelados pelo jornal O Estado de S.Paulo por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).
De acordo com documentos, os recursos foram repassados por quatro empresas estatais: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e Petrobras. O total envolvido foi de R$ 74 milhões, com cada instituição destinando até R$ 18,5 milhões para o financiamento. A Petrobras informou que investiu R$ 12,95 milhões, enquanto o BNDES alocou seus recursos exclusivamente para a cúpula do G20, sem contribuições ao festival.
A Itaipu Binacional, embora não tenha sido parte do acordo formal, também fez um aporte de R$ 15 milhões. O valor total gasto na organização, incluindo despesas administrativas, cenografia, locação de equipamentos e passagens aéreas, chegou a R$ 74 milhões.
O evento musical “Janjapalooza” aconteceu simultaneamente à Cúpula Social do G20 e contou com três dias de shows, reunindo 30 atrações, entre elas nomes renomados como Alceu Valença e Daniela Mercury. De acordo com o orçamento detalhado, a maior parte do financiamento foi direcionada para a infraestrutura, com R$ 7,9 milhões alocados para cenografia e R$ 5,1 milhões para locação de equipamentos. As taxas administrativas cobradas pela OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos) somaram até R$ 5,4 milhões.
Este financiamento gerou controvérsias, inclusive em debates nas redes sociais, dado o envolvimento da primeira-dama na organização do evento e os valores expressivos envolvidos, que refletem o crescente uso de recursos públicos em eventos relacionados ao governo federal.