Indicado em ofício

Gerando incertezas ao Mercado, Mantega abandona vaga no Conselho da Eletrobras

Ex-ministro da Fazenda recua de indicação feita pelo governo e empresa prepara nova escolha para a vaga estratégica.

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  • Guido Mantega desiste de ocupar vaga no conselho fiscal da Eletrobras
  • Assembleia decisiva para eleição de novos conselheiros ocorre em 29 de abril
  • Mercado observa impacto na governança e na independência da companhia

A Eletrobras confirmou neste domingo (27) que Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma Rousseff, desistiu de assumir uma cadeira como titular no conselho fiscal da companhia. A nomeação havia sido feita pelo Ministério de Minas e Energia em abril, mas agora o governo terá de buscar um novo nome para a posição.

A Eletrobras oficializou a informação em comunicado ao mercado, anunciando que fará uma nova nomeação para a vaga em momento oportuno, conforme indicado em ofício recebido pela pasta ministerial.

O episódio ocorre às vésperas da assembleia de acionistas da empresa, marcada para esta terça-feira, 29 de abril. Contudo, ocasião em que serão eleitos novos membros dos conselhos de administração e fiscal.

Guido Mantega

Guido Mantega é uma figura conhecida no cenário econômico brasileiro. Ele foi ministro da Fazenda de 2006 a 2014, o mais longevo na história do cargo, e desempenhou um papel central nas políticas econômicas dos governos petistas.

Durante sua gestão, Mantega defendeu uma política de estímulo ao consumo e redução de juros. Dessa forma, medidas que dividiram opiniões entre economistas e investidores.

A indicação de Mantega à Eletrobras havia causado repercussão no mercado e no setor energético. Parte dos investidores viu na nomeação um possível indício de tentativa do governo federal de ampliar sua influência na companhia. Contudo, que passou por um processo de privatização em 2022, durante o governo Bolsonaro.

Desde então, o governo detém uma participação minoritária, embora ainda exerça forte interesse nas decisões estratégicas da Eletrobras.

O impacto no momento

A desistência ocorre em um momento crítico. A Eletrobras enfrenta importantes decisões sobre investimentos, reestruturação organizacional e expansão da matriz energética. Além da necessidade de manter a confiança dos acionistas privados, essenciais para o sucesso da empresa pós-privatização.

O governo ainda não anunciou quem substituirá Mantega na disputa pela vaga no conselho fiscal. O novo indicado terá papel estratégico, já que o conselho é responsável por fiscalizar a administração da empresa e zelar pela integridade financeira e contábil da Eletrobras.

A assembleia do dia 29 promete ser decisiva não apenas pela escolha dos novos conselheiros, mas também pela sinalização que dará ao mercado sobre o futuro da governança da Eletrobras. Para investidores, o perfil dos novos membros será determinante para medir o nível de independência da companhia em relação ao governo federal e seu compromisso com práticas de mercado.

Alguns analistas veem o recuo de Mantega como uma estratégia para reduzir o atrito político e evitar embates judiciais. Uma vez que o Tribunal de Contas da União (TCU) e outros órgãos de controle vinham acompanhando de perto os movimentos do governo sobre a companhia.

A desistência, no entanto, abre espaço para novas especulações sobre os planos do governo para a Eletrobras. E, dessa forma, reforça a percepção de que a gestão da empresa continua sendo um campo de disputas sensíveis entre interesses públicos e privados.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.