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Governo Lula renova contrato com Batistas sem serviço entregue

Ministério de Minas e Energia firma acordo que beneficiando em bilhões a Âmbar dos irmãos Batista e contrato rende 9,4 bilhões de reais.

Governo Lula renova contrato com Batistas sem serviço entregue Governo Lula renova contrato com Batistas sem serviço entregue Governo Lula renova contrato com Batistas sem serviço entregue Governo Lula renova contrato com Batistas sem serviço entregue
Imagem/Reprodução Lula foto oficial Palácio do Planalto
Imagem/Reprodução Lula foto oficial Palácio do Planalto
  • Um acordo do Ministério de Minas e Energia pode beneficiar a Âmbar Energia
  • Conseguiu manter o acordo, que agora pode gerar um montante estimado em 9,4 bilhões de reais
  • Segundo a piauí, as multas por descumprimento totalizaram 1,1 bilhão de reais, dessa forma, uma quantia significativamente inferior aos 9,4 bilhões do novo acordo

Um acordo recente do Ministério de Minas e Energia (MME) pode representar um benefício bilionário para a Âmbar Energia. A empresa do grupo J&F dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Inicialmente contratada para construir termelétricas, a empresa não entregou o serviço, o que normalmente resultaria na suspensão do contrato. No entanto, conseguiu manter o acordo, que agora pode gerar um montante estimado em 9,4 bilhões de reais.

O jornalista Breno Pires, da revista Piauí, divulgou as informações após ter acesso ao despacho assinado pelo ministro da pasta, Alexandre Silveira. Isto, em 18 de abril, data em que o acordo, portanto, foi formalizado e mantido sob sigilo.

A contratação inicial da Âmbar ocorreu em 2021, ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Na época, o governo selecionou a empresa para desenvolver quatro usinas termelétricas como medida preventiva diante do risco iminente de uma crise hídrica. Com o não cumprimento do contrato, estava prevista uma penalidade de multas no valor de 6 bilhões de reais, além da rescisão dos contratos.

Segundo a piauí, as multas por descumprimento totalizaram 1,1 bilhão de reais, dessa forma, uma quantia significativamente inferior aos 9,4 bilhões do novo acordo.

A situação é complexa. Os irmãos Batista não participaram do leilão original que levou à contratação emergencial das termelétricas; no entanto, adquiriram os direitos de geração de energia que outra empresa havia inicialmente arrematado.

Favorecimento da Âmbar

A Âmbar, então, arrendou usinas e solicitou uma autorização especial à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para utilizá-las em vez de construir novas estruturas. Inicialmente, a Aneel aceitou o pedido, mas posteriormente revisou-o devido à exigência contratual de que a produção fosse realizada por novas térmicas.

Segundo a piauí, a decisão favorável à Âmbar foi tomada pelo então diretor Efrain Cruz, que deixou a agência em março de 2023 para assumir o cargo de secretário-executivo, o segundo posto mais importante, no Ministério de Minas e Energia (MME). Ainda em março, o ministério, por meio de documento assinado por Silveira, encaminhou ao Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido de solução consensual entre a empresa dos Batista, a agência reguladora e o governo.

Ao assinar o documento, acessado pela revista piauí, Silveira optou por não abordar os problemas apontados pelos auditores do TCU, argumentando que o acordo representava uma alternativa superior à judicialização.

“Não nos parece restar outra alternativa a não ser firmar o acordo, inclusive para não penalizar ainda mais os consumidores de energia, diante de uma praticamente certa demanda judicial, com risco elevado, que virá caso o cenário de indefinições perdure ainda mais”, aponta o ministro.

Segundo a piauí, o Ministério de Minas e Energia defendeu o acordo com a Âmbar Energia, enfatizando a aplicação das multas. A pasta também declarou que o acordo recebeu aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A Âmbar posicionou-se, destacando que “as vantagens do acordo são tão significativas que o próprio TCU recomendou, em sessão plenária, que as partes buscassem um consenso direto para evitar litígios judiciais”.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.