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Greve histórica paralisa Embraer (EMBR3): 15 mil funcionários cruzam os braços

Paralisação aprovada em assembleia pode afetar produção de jatos comerciais, executivos e sistemas da fabricante em São José dos Campos.

Embraer EMBR3 perde grau de investimento. Entenda
Embraer EMBR3 perde grau de investimento. Entenda
  • Cerca de 15 mil funcionários da Embraer em São José dos Campos entram em greve por tempo indeterminado.
  • Trabalhadores pedem reajuste de 11%, benefício de R$ 1 mil e convenção coletiva.
  • Produção de jatos comerciais e executivos pode sofrer atrasos, com impacto no mercado global.

Os metalúrgicos da Embraer (EMBR3) decretaram greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira (17). A decisão ocorreu durante assembleia em São José dos Campos (SP), principal unidade da fabricante. O sindicato afirma que a mobilização reflete impasse em torno das negociações salariais.

No local, estão concentrados cerca de 15 mil trabalhadores responsáveis pela produção de jatos comerciais, executivos, sistemas e equipamentos, além de um centro de desenvolvimento estratégico da companhia. A paralisação pode impactar diretamente a cadeia produtiva e atrasar entregas.

Reivindicações dos trabalhadores

De acordo com o sindicato, os funcionários pedem reajuste salarial de 11%, benefício mensal de R$ 1 mil e a assinatura de uma convenção coletiva. A proposta foi apresentada nas rodadas de negociação, mas não avançou com a empresa, levando à deflagração da greve.

Assim, o movimento sindical argumenta que a inflação acumulada exige correção salarial para recompor o poder de compra da categoria. A Embraer, até o momento, não apresentou contraproposta considerada satisfatória.

A greve, por tempo indeterminado, deve ser mantida até que haja acordo. Desse modo, os trabalhadores afirmam que só encerrarão a paralisação com garantias formais de avanços nas negociações.

Impactos para a produção da Embraer

A fábrica de São José dos Campos é responsável por alguns dos principais programas da Embraer, incluindo a linha de jatos comerciais E2 e aeronaves executivas de alto padrão. Qualquer interrupção prolongada pode comprometer cronogramas de entrega e pressionar contratos.

Especialistas avaliam que uma paralisação extensa pode afetar a imagem da empresa perante clientes internacionais. Além disso, eventuais atrasos em cronogramas geram custos adicionais com fornecedores e logística.

Apesar disso, a Embraer ainda não detalhou qual será a estratégia para lidar com a paralisação. Portanto, a companhia também não divulgou se pretende retomar as negociações em caráter emergencial.

Contexto do setor e próximos passos

Greves na indústria aeronáutica não são comuns, mas costumam ter alto impacto dada a complexidade dos processos produtivos. No caso da Embraer, qualquer atraso pode gerar efeito cascata em toda a cadeia de suprimentos.

Ademais, a decisão dos trabalhadores ocorre em um momento em que a Embraer tenta consolidar sua posição no mercado internacional após forte retomada no pós-pandemia. A pressão sindical adiciona incertezas a esse processo.

Por fim, o sindicato afirma que novas assembleias podem ser convocadas ao longo da greve para avaliar eventuais propostas. Até agora, não há previsão de retomada da produção.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.