Política

Haddad admite nova alteração no IOF para calibrar orçamento de 2025

A medida é vista, pelo ministro, como essencial para equilibrar o orçamento de 2025 e preservar a credibilidade fiscal do país

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou nesta segunda-feira (2) que o governo busca uma solução conjunta para corrigir distorções no Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e em outros tributos do sistema financeiro, dentro de um pacote mais amplo de reformas estruturais.

A medida é vista, pelo ministro, como essencial para equilibrar o orçamento de 2025 e preservar a credibilidade fiscal do país.

Segundo Haddad, as mudanças de curto prazo, como a regulação do IOF, só terão efetividade se vierem acompanhadas de alterações permanentes nas regras de gastos públicos. “Quer alterar o curto prazo? Altera o longo prazo junto”, afirmou o ministro, reforçando a necessidade de previsibilidade e transparência nas decisões econômicas.

Aumento do IOF

Em maio, o governo anunciou um aumento nas alíquotas do IOF, mas recuou diante da forte reação negativa do mercado e do Congresso, que chegou a iniciar o processo para derrubar o decreto presidencial.

A solução negociada foi um prazo de dez dias para o governo apresentar uma alternativa. Haddad afirmou haver “sintonia” com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e que um novo pacote será apresentado a eles e ao presidente Lula.

O ministro não detalhou quais medidas farão parte do novo pacote, mas descartou retomar a proposta de elevar a CSLL dos bancos, por causa do prazo de noventena necessário para sua implementação.

Haddad reiterou a defesa da redução de benefícios tributários — estimados em R$ 800 bilhões para 2025 — e disse que as reformas estruturais voltarão à mesa de negociação.

Reforma administrativa

Sobre a reforma administrativa, Haddad voltou a defender o avanço sobre temas como a limitação dos supersalários e mudanças nas aposentadorias dos militares. “Daríamos um bom exemplo para começar a discutir esse tema começando pelo topo do serviço público”, afirmou.

O ministro alertou ainda para o crescimento dos gastos obrigatórios, que deverão consumir todo o espaço fiscal permitido pelo novo arcabouço nos próximos anos.

Isso ameaça os investimentos e programas essenciais, como o Farmácia Popular, bolsas de pesquisa e fiscalização ambiental.

Para Haddad, manter a iniciativa política e buscar soluções estruturais são os únicos caminhos para garantir previsibilidade econômica e sustentabilidade fiscal. “Se o Congresso está dizendo que também prefere [soluções estruturais], vou eu dizer o contrário?”, concluiu.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.