Recado direto

Haddad pede “apoio sem politicagem” e revela quem vai segurar a bomba do tarifaço

Ministro diz que Congresso deve aprovar medidas urgentes contra as tarifas de Trump sem uso político; plano inclui crédito, mas descarta isenções.

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  • Haddad cobra apoio para medidas anticrise, mas sem exploração política do tarifaço.
  • Governo oferecerá crédito emergencial e reformulação de programas de exportação; isenções estão descartadas.
  • Apesar da crise, Haddad afirma que manterá as metas de 2025 e 2026 sem alterações.

A poucos dias da entrada em vigor do tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump, o ministro da Fazenda revelou detalhes do plano emergencial do governo Lula para proteger empresas afetadas.

Em entrevista à CNN nesta terça-feira (29), Haddad enfatizou que parte das medidas dependerá do aval dos parlamentares, mas espera compromisso técnico e não partidário com a agenda.

Congresso no centro da resposta

Segundo Haddad, diversas ações preparadas pela equipe econômica precisam de aprovação legislativa, e o apoio do Congresso será decisivo para sua efetividade. No entanto, ele se antecipa ao possível uso político da crise.

“Muitas das medidas previstas dependem da aprovação do Congresso, mas entendo que não vão se furtar a atender os setores afligidos. Ele afirmou que as medidas são justificáveis e muito prudentes do ponto de vista econômico e fiscal.

O ministro lembrou que a própria Lei de Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil retaliar tarifas de outros países, nasceu no Congresso, e foi aprovada com amplo respaldo. Ele aposta que o mesmo espírito de cooperação será mantido agora.

Com o aumento da tensão entre Brasil e Estados Unidos, o governo busca evitar que o Legislativo transforme a crise comercial em palanque político, especialmente diante das eleições municipais de outubro.

Sem isenção, mas com socorro

Apesar da urgência, o plano de Haddad não prevê isenção fiscal às empresas afetadas. A resposta, segundo ele, será via crédito subsidiado e reformulação dos programas de exportação para pequenas, médias e grandes companhias.

“Tem desde medidas estruturais até de curto prazo, como socorro a empresas que não têm como enfrentar o desafio”, afirmou, comparando o modelo ao Pronampe Solidário — lançado para ajudar negócios atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Portanto, as linhas de financiamento seriam focadas em dar fôlego a companhias que perderão competitividade com as tarifas americanas, permitindo que elas possam buscar novos mercados no médio prazo. “Essas empresas vão conseguir parcerias com outros países. Mas não no mês que vem”, alertou.

Haddad promete responsabilidade fiscal

Mesmo diante das pressões do tarifaço e da necessidade de medidas emergenciais, Haddad garantiu que o governo manterá as metas fiscais.

“Nós não temos nenhuma expectativa de mudar a meta e não temos expectativa de descumprir a meta nesse momento”, declarou. Ademais, a meta para 2025 é de déficit primário zero, e para 2026, um superávit de 0,25% do PIB.

Além disso, segundo o ministro, as propostas estão sendo calibradas para garantir equilíbrio fiscal, sem abrir brechas para críticas de irresponsabilidade econômica.

Por fim, Haddad admitiu que o pacote está nas mãos do presidente Lula, que deverá dar o aval político final. “Estamos tratando com muita cautela e sobriedade”, disse.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.