O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou nesta sexta-feira (3) em forte queda de 1,33%, aos 118.532,68 pontos. O índice oscilou durante o pregão, atingindo a máxima de 120.355,51 pontos e a mínima de 118.403,56 pontos. Esse resultado marca o menor nível de fechamento desde o dia 6 de novembro de 2023, quando o índice havia fechado aos 118.431,25 pontos.
A queda do índice foi impulsionada, em grande parte, pela baixa no setor de commodities, especialmente o minério de ferro. O contrato mais negociado do minério de ferro no mercado futuro da Bolsa de Dalian, na China, para entrega em maio de 2025, recuou 2,18%, sendo cotado a 764 yuans por tonelada, o equivalente a US$104,66. Esse desempenho negativo afetou diretamente as ações de mineradoras na Bolsa brasileira.
Entre os papeis mais impactados estavam os da Vale (VALE3), principal ação do Ibovespa, que encerrou o dia com uma desvalorização de 1,86%. A CSN (CSNA3) também apresentou um desempenho negativo, com queda de 2,49%, enquanto a CSN Mineração (CMIN3) teve uma queda ainda mais acentuada, de 3,17%. A Usiminas (USIM5) e a Gerdau (GGBR4) também seguiram a tendência de baixa, com perdas de 6,01% e 3,29%, respectivamente.
O cenário desfavorável foi ainda mais intensificado pela incerteza gerada pelas medidas do Banco do Povo da China (PBoC), que reiterou a promessa de implementar cortes nos compulsórios bancários e juros, mas sem uma data definida. Apesar da expectativa de estímulos econômicos, o mercado continuou cético quanto à eficácia dessas ações, o que refletiu diretamente no pessimismo dos investidores.
Outro destaque negativo do dia foram as ações da Yduqs (YDUQ3), que caíram 5,08%. O desempenho ruim da empresa se seguiu a um forte ganho registrado na véspera, quando os papeis saltaram 4,88%. Já o IRB Brasil (IRBR3), que havia se recuperado de perdas anteriores com uma alta de 4,88% na quinta-feira (2), registrou queda de 5,55%, acompanhando o pessimismo geral do mercado.
Por outro lado, alguns papeis se destacaram no índice, como as ações da Eneva (ENEV3), que subiram 5,45%, liderando os ganhos do dia. A recuperação dos papeis foi atribuída a um movimento de correção após perdas de 9,31% na véspera, quando o Ministério de Minas e Energia divulgou as diretrizes para a realização de um leilão de capacidade para térmicas e hidrelétricas. O mercado interpretou inicialmente que a Eneva ficaria de fora do leilão, o que impactou negativamente suas ações. No entanto, a recuperação foi impulsionada por uma leitura mais positiva das perspectivas da empresa.
De acordo com analistas do mercado, o dia foi marcado pela combinação de incertezas econômicas globais, com foco nas medidas do PBoC e no desempenho do minério de ferro, além da volatilidade de empresas do setor energético e de educação.
“Os investidores estão se ajustando a um cenário de maior aversão ao risco, o que reflete em quedas significativas para os papéis mais sensíveis às oscilações externas, como as mineradoras e siderúrgicas”, afirmou o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, José Roberto Mendonça.
O fechamento do Ibovespa de hoje segue a tendência de um ambiente desafiador para o mercado financeiro brasileiro, marcado por pressões externas e incertezas locais. O desempenho da Bolsa será monitorado de perto nas próximas sessões, especialmente diante da expectativa de novos movimentos do PBoC e das possíveis repercussões de políticas internas.
Indicadores
- Ibovespa: Fechamento a 118.532,68 pontos (-1,33%)
- Vale (VALE3): Queda de 1,86%
- CSN (CSNA3): Queda de 2,49%
- CSN Mineração (CMIN3): Queda de 3,17%
- Usiminas (USIM5): Queda de 6,01%
- Gerdau (GGBR4): Queda de 3,29%
- Eneva (ENEV3): Alta de 5,45%
Fonte: B3, Nova Futura Investimentos