Valorização da empresa

JBS avança rumo à NYSE: SEC aprova listagem e decide os próximos passos

A JBS (JBSS3) aguarda aval da CVM e votação de seus acionistas para estrear na Bolsa de Nova York em junho.

foto/reprodução logo JBS
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  • SEC aprova listagem da JBS nos EUA após anos de espera
  • Assembleia de acionistas será decisiva para conclusão do processo
  • Listagem pode impulsionar valorização e abrir portas a novos investidores

A JBS, uma das maiores companhias globais de proteína animal, deu um passo decisivo em seu projeto de internacionalização do capital. A empresa comunicou na noite desta terça-feira (22), que a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) aprovou seu pedido de dupla listagem.

A medida torna viável a estreia de suas ações na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) já em junho. Agora, dependendo da aprovação dos acionistas e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira.

O projeto de listar os papéis nos Estados Unidos vem sendo amadurecido desde o fim de 2022. Mas, ganhou tração nas últimas semanas, com a formação de um acordo entre a holding controladora J&F e o BNDESPar.

A JBS já convocou uma assembleia geral extraordinária para o dia 23 de maio, data em que os acionistas decidirão sobre a listagem. A J&F, que detém 48% do capital da companhia, e o BNDESPar, com 21%, se comprometeram a se abster da votação. Assim, transferindo a responsabilidade pela aprovação do plano aos investidores minoritários, que representam cerca de 30% das ações.

Os controladores da JBS se comprometeram a pagar até R$ 500 milhões ao BNDES caso as ações não alcancem uma valorização mínima após a estreia nos EUA.

A JBS fez a concessão para reduzir os riscos percebidos pelo BNDES e destravar a aprovação do plano, que enfrentava resistências há anos.

Crescimento acelerado já antecipa impacto da listagem

Desde que a J&F anunciou o acordo com o BNDESPar no mês passado, o valor de mercado da JBS saltou de R$ 72 bilhões para R$ 98 bilhões. Assim, em uma valorização de 36% em pouco mais de 30 dias.

Apenas nos últimos 12 meses, as ações da companhia acumulam uma impressionante alta de 101%. Dessa forma, refletindo a expectativa positiva em torno da abertura de capital em um dos mercados mais líquidos do mundo.

A listagem na NYSE é estratégica por ampliar substancialmente o acesso da JBS a investidores globais, especialmente fundos institucionais que possuem restrições para aplicar em ações negociadas fora dos Estados Unidos.

Além disso, a empresa deverá ser automaticamente incluída no índice Russell 1000 após a listagem, e poderá buscar a inclusão no S&P 500 seis meses depois. Contudo, desde que mantenha mais de 50% de sua receita nos EUA, critério que a JBS já cumpre atualmente.

Reprecificação e expansão global entram no radar

A negociação nos EUA poderá levar a uma reprecificação significativa das ações da JBS. Seus concorrentes nos EUA negociam a múltiplos mais altos que no Brasil, o que pode tornar as ações da JBS mais atraentes após a listagem.

Além disso, a visibilidade em um mercado desenvolvido e altamente regulado tende a fortalecer a imagem da companhia perante investidores, agências de rating e reguladores internacionais.

A empresa manterá seus BDRs (Brazilian Depositary Receipts) negociados na B3, permitindo que investidores brasileiros continuem expostos à ação mesmo com a nova listagem.

A expectativa é que, com a aprovação dos acionistas e da CVM, a JBS dê início às negociações em Nova York já em junho, consolidando sua presença global e reforçando sua ambição de se posicionar entre os gigantes da indústria alimentícia mundial.

Se a estratégia for bem-sucedida, a JBS se tornará a primeira empresa brasileira do setor a integrar diretamente o mercado de capitais norte-americano, com potencial para redefinir seu patamar de valorização e abrir caminho para novas captações internacionais.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.