
- Nova versão do vale-gás beneficiará 22 milhões de famílias do CadÚnico, eliminando o custo do botijão
- Lula anunciará ainda neste mês nova linha de crédito para reforma de casas e assinará MP com mais benefícios sociais
- Programa Solo Vivo terá R$ 42,8 milhões para apoiar 1.000 famílias com recuperação de solo e geração de renda
Durante o lançamento do programa Solo Vivo, neste sábado (24), em Campo Verde (MT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva surpreendeu ao anunciar que cerca de 22 milhões de famílias brasileiras não precisarão mais pagar pelo gás de cozinha.
A medida faz parte de uma nova versão do vale-gás, que será oficialmente apresentada ainda neste mês. O benefício, portanto, contemplará as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). E, tem como objetivo aliviar o custo de vida das camadas mais vulneráveis da população.
No discurso, Lula criticou duramente a diferença entre o valor cobrado ao consumidor e o custo do botijão na origem.
“Estão dizendo que o botijão custa R$ 120. Sabe a quanto sai na Petrobras? R$ 37. Não tem explicação. Tem alguém ganhando muito dinheiro”, afirmou.
Compromisso de governo
O presidente deu a entender que essa distorção evidencia lucros excessivos na cadeia de distribuição e reafirmou o compromisso de seu governo com justiça social.
Além do novo vale-gás, Lula revelou que pretende anunciar, ainda neste mês, uma nova linha de crédito popular para reforma de moradias, voltada às famílias de baixa renda. A proposta, portanto, inclui a assinatura de uma Medida Provisória (MP) que ampliará o acesso à gratuidade em diferentes áreas, consolidando o pacote de apoio aos mais pobres.
O evento marcou o lançamento do programa Solo Vivo, que tem como objetivo recuperar áreas degradadas. E, além disso, aumentar a produtividade da agricultura familiar e combater as desigualdades no campo.
Em sua primeira fase, o projeto receberá um investimento inicial de R$ 42,8 milhões. Ainda, beneficiando entre 800 e 1.000 famílias em 10 assentamentos no Mato Grosso, com apoio técnico e ações voltadas à recuperação da fertilidade do solo e à geração de renda no campo.
Forte resistência
Apesar da forte resistência política que ainda enfrenta no Estado, onde o agronegócio domina a paisagem econômica e institucional, Lula se mostrou decidido a marcar presença.
“Voltarei mais duas vezes aqui: uma quando a produção estiver brotando, para tirar fotografia, e outra para entregar mais obras”, prometeu.
Em sua fala, o presidente também voltou a criticar o mau uso das redes sociais. Especialmente, entre jovens e crianças. E, ainda, elogiou a recente decisão de proibir celulares em escolas públicas. Ele enfatizou que, após a divulgação dessas novas medidas sociais, pretende percorrer o país em defesa do governo e no combate à desinformação.
Na área da educação, Lula destacou programas como o Pé-de-Meia e as bolsas de estudo para bons alunos do Enem que desejam se tornar professores. Ele anunciou ainda a construção de mais escolas em tempo integral. Além disso, uma reunião iminente com reitores das universidades federais para fortalecer o ensino superior público.
Lula, contudo, chegou a Cuiabá na manhã de sábado e, além do evento em Campo Verde, visitou o sítio Rancho Sentinela dos Pampas, no assentamento Santo Antônio da Fartura. O retorno a Brasília estava previsto para o mesmo dia, conforme a agenda divulgada pelo Palácio do Planalto.