- A M. Dias Branco (MDIA3) anunciou um lucro líquido de R$ 190 milhões no segundo trimestre de 2024
- Assim, representando uma queda de 12,8% em relação ao mesmo período do ano anterior
- A receita líquida também apresentou um recuo de 7,7%, totalizando R$ 2,6 bilhões
A M. Dias Branco (MDIA3) anunciou um lucro líquido de R$ 190 milhões no segundo trimestre de 2024. Assim, representando uma queda de 12,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida também apresentou um recuo de 7,7%, totalizando R$ 2,6 bilhões. Esses resultados, no entanto, ficaram “aquém das expectativas” do mercado. Dessa forma, as ações da MDIA3 caíram 5,82%, sendo negociadas a R$ 27,81 na manhã desta segunda-feira (12).
A XP Investimentos avaliou os resultados como insatisfatórios, destacando alguns pontos críticos que contribuíram para o desempenho fraco da empresa. Entre eles, a redução da margem bruta em relação ao trimestre anterior foi causada por preços mais baixos. Isto, em parte devido ao mix de produtos, ao aumento nos custos do óleo de palma e uma taxa de câmbio desfavorável. Além disso, a XP apontou despesas de vendas persistentemente elevadas. Além de uma leve queda no market share de biscoitos, apesar de uma significativa redução nos preços. Por fim, as despesas financeiras aumentaram, refletindo as variações cambiais que afetaram os resultados financeiros da companhia.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da M. Dias Branco foi de R$ 337 milhões, representando uma queda de 2% em relação às projeções da XP e 5% abaixo do consenso do mercado.
Embora a empresa tenha registrado preços médios em junho que estavam 6,7% acima da média do segundo trimestre, sugerindo um potencial otimismo para o terceiro trimestre, analistas da XP consideram que ainda é prematuro adotar uma visão mais positiva. Eles esperam que a reação no pregão de hoje seja negativa, uma vez que os resultados do segundo trimestre provavelmente levarão o mercado a revisar suas previsões de lucro para baixo.
Desvalorização e resultados abaixo do esperado
O JPMorgan também avaliou que os resultados da M. Dias Branco no 2T24 foram mais fracos do que o esperado. A equipe de pesquisa do banco destacou que, embora a empresa tenha conseguido aumentar os volumes em 12% na comparação anual, isso ocorreu às custas de uma redução nos preços, que caíram 17,3% em relação ao ano anterior—um cenário que é parcialmente atribuído ao mix de produtos e à concorrência acirrada.
Com a desvalorização do real e o aumento nos preços das commodities, a M. Dias Branco está ajustando seus preços, com os níveis de junho já 2,8% acima da média do primeiro trimestre e 6,7% acima da média do segundo trimestre. Apesar dessas tentativas de elevação de preços, o ambiente continua desafiador, e as margens da empresa estão sob pressão.
Além disso, enquanto a participação de mercado em biscoitos diminuiu, a M. Dias Branco conseguiu aumentar sua participação em massas e farinhas. O JPMorgan acredita que o desempenho abaixo do esperado e as incertezas em relação à recuperação das margens no futuro levarão o mercado a reagir negativamente. O banco manteve sua recomendação neutra e preço-alvo de R$ 34 para as ações da companhia.
Assim como a XP e o JPMorgan, o Itaú BBA também avaliou os resultados da M. Dias Branco como abaixo das expectativas, com a margem Ebitda (Ebitda sobre receita) de 12,8% no trimestre, 150 pontos-base (bps) inferior à sua previsão.
O BBA acredita que essa compressão de margem não foi totalmente considerada nas previsões do buyside, mesmo após os ajustes recentes. No entanto, o banco ressalta que as ações da companhia apresentaram um desempenho quase 20% inferior ao Ibovespa desde a divulgação dos resultados do 1T24, sugerindo que parte desse movimento já foi precificada.
Por fim, o Itaú BBA mantém a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 46 para as ações da empresa.