
Fontes ligadas ao governo dos EUA apontam a revogação de vistos do ministro da Justiça e ex-ministro do STF, Ricardo Lewandowski, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Os citados negam notificação formal, mas a movimentação já produz efeitos políticos imediatos. O recado, ainda que não oficial, circula em Brasília e amplia a temperatura entre os Poderes.
Ao mesmo tempo, a tensão se mistura ao impasse criado pela inclusão do ministro Alexandre de Moraes no escopo da Lei Magnitsky. O ato, de cunho extraterritorial, pressiona bancos, empresas e autoridades brasileiras. Assim, cresce o risco de choque institucional e de atrito diplomático direto.
O que aconteceu
Relatos divulgados por interlocutores próximos à Casa Branca dão conta de que os vistos de Lewandowski e Pacheco teriam sido cancelados. A informação, embora sem comunicação consular confirmada, movimentou gabinetes e ativou consultas técnicas. A leitura em Brasília é de que a medida tem claro conteúdo político.
Os envolvidos afirmam que não receberam aviso formal. Mesmo assim, assessores passaram a mapear possíveis desdobramentos práticos, como agendas internacionais. Nesse cenário, a incerteza vira instrumento de pressão. E o tema ganha palco num momento em que pautas sensíveis avançam no Congresso.
Além disso, a repercussão se espalha por setores econômico-financeiros. Investidores observam, de perto, efeitos indiretos em bancos e companhias com exposição a regras norte-americanas. Portanto, o caso extrapola a política e alcança o mercado.
Sanções a Moraes
O tema volta à tona por causa das sanções com base na Lei Magnitsky envolvendo Alexandre de Moraes. A norma permite punir, fora do território americano, agentes acusados de abusos de direitos humanos. Desse modo, carteiras, contas e mobilidade podem ser afetadas, como a recente decisão da Visa e Mastercard de bloquearem cartões de crédito de Moraes.
Moraes reagiu e advertiu instituições financeiras que apliquem sanções estrangeiras no Brasil sem amparo legal interno. Segundo o ministro, esse comportamento pode gerar punições locais. Portanto, os bancos ficam no meio do fogo cruzado regulatório.
Além disso, a discussão atinge soberania e separação de Poderes. Ao mesmo tempo, pressiona a diplomacia a construir uma saída que evite dano reputacional prolongado. Assim, cada passo passa a ser calculado milimetricamente.
Pontos principais
- Cancelamento de vistos de Lewandowski e Pacheco circula nos bastidores e eleva a pressão política
- Lei magnitsky reacende disputa envolvendo Alexandre de Moraes e coloca bancos no centro do risco
- Governo, congresso e judiciário ajustam estratégias enquanto empresas reforçam compliance