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Mesmo preocupados com a inflação, aumenta percentual de consumidores brasileiros que pretendem gastar mais, mostra estudo da Deloitte

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

A preocupação dos consumidores brasileiros com a inflação continuou em alta em julho (78%), na comparação com o mês anterior (79%). Mesmo assim, aumentou de 37% para 41% o percentual de pessoas que pretendem gastar mais, mostra a pesquisa “Global State of the Consumer Tracker”, realizada mensalmente pela Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo. O estudo, feito entre junho e julho, em 24 países, traz dados e análises para uma maior compreensão das mudanças na mentalidade do consumidor atual e explora as implicações potenciais para um mundo pós-pandêmico.

Entre os itens que os participantes brasileiros mais perceberam aumento de preços, em julho, estão os relacionados à alimentação, como supermercado e mercearia (82%) e restaurantes (79%). A sensação de que os preços estão aumentando também foi percebida em itens de vestuário e calçados (73%) e de bebidas alcoólicas e tabaco (70%).

Por outro lado, houve queda nos índices de preocupação com a conta do cartão de crédito (de 78% em junho para 76% em julho), com os níveis de poupança (de 77% para 74%) e com a capacidade de honrar pagamentos (de 30% para 26%). Já a preocupação dos consumidores brasileiros em usar o cartão de crédito para esticar dívidas subiu de 31% em junho para 32% em julho. O receio de adiar compras grandes também avançou de 26% para 30% no período.

Em relação ao levantamento realizado em junho, houve em julho um aumento no índice de ansiedade dos brasileiros. O indicador passou de 46% para 49% no período. O estresse financeiro (57%) é o principal fator de ansiedade, atrás de questões pessoais familiares (49%) e incerteza política (48%).

Mesmo com a preocupação com a inflação ainda em alta, o percentual de pessoas que pretendem gastar mais aumentou de 37% em maio para 41% em junho. Além disso, 75% dos brasileiros disseram à pesquisa que acreditam que a situação econômica vai melhorar em três anos. Esse é segundo maior índice entre os países em que a pesquisa foi realizada, atrás apenas da Índia, onde o otimismo é maior (78%).

Confiança para atividades presenciais melhora em julho

O nível de confiança dos consumidores para a realização de atividades presenciais também voltou a subir. Com o aumento das taxas de contaminação pela Covid-19, em junho, houve uma diminuição nesse índice, que foi levemente recuperado no mês de julho, conforme os indicadores epidemiológicos melhoraram no país. Assim, o sentimento de segurança para frequentar lojas avançou de 58% para 60%; restaurantes de 70% para 73%; serviços individuais de 66% para 70%; hotéis de 63% para 72%; voos de 58% para 64%; e eventos presenciais de 57% para 61%.

A pesquisa mostra ainda que aumentou a intenção de compra online de produtos eletrônicos (de 55% para 59%); roupas (de 39% para 44%); delivery de comida (de 38% para 39%); mobiliário (de 35% para 38%); itens de cuidados pessoais (de 36% para 37%); e utensílios domésticos (de 32% para 33%). Já a compra online de itens de mercearia teve uma leve redução de 19% para 18%.

Metodologia e amostra

A pesquisa “Deloitte Global State of the Consumer Tracker” aborda tendências em segurança, bem-estar financeiro, apetite para o consumo e atitude em relação às mudanças climáticas, entre outros temas. O levantamento foi conduzido nos meses de junho e julho de 2022. O estudo envolveu 24 países: Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Dinamarca, França, Alemanha, Índia, Irlanda, Itália, Japão, México, Países Baixos, Noruega, Polônia, Coreia do Sul, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos. Em cada mês, foram entrevistados 1000 consumidores no Brasil.

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