
Jornal estrangeiro faz duras críticas ao STF
No artigo do Wall Street Journal, a jornalista Mary Anastasia O’Grady afirma que a liberdade nas Américas enfrenta um grau de ameaça não visto desde a Guerra Fria. Segundo a publicação, Moraes estaria usando o aparato judicial para consolidar seu poder, colocando-o ao lado de líderes autoritários como Hugo Chávez e Nicolás Maduro.
A crítica destaca que esse processo teria começado em 2019, com o chamado “inquérito das fake news”. O caso foi instaurado sem sorteio, com Moraes sendo indicado diretamente para conduzir a investigação. A partir daí, afirma o texto, o ministro teria monitorado redes sociais e determinado prisões preventivas de críticos, em um movimento visto como violação à liberdade de expressão e à imparcialidade judicial.
Politização do TSE e controle sobre redes sociais
O jornal também acusa Moraes de politizar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022, ao monitorar e censurar conteúdos publicados por partidos, candidatos e eleitores. Outro ponto de crítica foi o chamado “inquérito da milícia digital”, aberto em 2021, que determinou a remoção de conteúdos e a suspensão de monetização de contas críticas ao STF, sob ameaça de impedir plataformas de operarem no país.
8 de janeiro e prisões em massa
A publicação ainda aborda os eventos de 8 de janeiro de 2023, classificando-os como protestos pacíficos que culminaram na invasão de prédios públicos por “marginais sem armas”. O texto critica a resposta do STF, apontando prisões em massa de cerca de 1.500 pessoas, algumas mantidas detidas por até um ano sem julgamento, além de penas consideradas desproporcionais para delitos menores.
Pressão política e sanções internacionais podem restaurar Estado de Direito no Brasil
De acordo com a análise, o cenário indica que a política tomou conta da mais alta Corte do país. O texto menciona iniciativas no Senado para tentar aprovar o impeachment de Moraes e destaca que as recentes sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro podem ter aumentado a pressão interna no STF.
Para o Wall Street Journal, tais movimentos podem abrir caminho para o que chamou de “restauração do Estado de Direito” no Brasil.